Pequim volta a repor medidas de prevenção após detetar novo surto
Covid-19
15 de jun. de 2020, 12:46
— Lusa/AO Online
Centenas de pessoas alinharam-se em hospitais e
outras instalações ao redor da capital, enquanto as autoridades
executavam milhares de testes em trabalhadores e clientes do principal
mercado abastecedor de Pequim.As
autoridades confirmaram 79 casos nos últimos quatro dias, no maior surto
desde que a China interrompeu a disseminação da epidemia há mais de
dois meses. O novo surto parece ter
começado no mercado de Xinfadi, o maior de produtos frescos em Pequim,
levando a inspeções em mercados de carnes e mariscos na cidade e em
outros pontos da China."Devemos continuar a
tomar medidas decisivas para nos defendermos de casos externos e
ressurgimentos, e mobilizar todas as unidades", disse Xu Hejian, diretor
do Gabinete de informações do governo de Pequim.Numa
altura em que outros países estão a reduzir as restrições, o
desenvolvimento mostra a importância de estar pronto para lidar com
inevitáveis novos surtos, suscetíveis de surgirem a qualquer momento, em
locais inesperados, mesmo semanas após a epidemia ter aparentemente
sido erradicada.A Grécia diminuiu hoje as
restrições na entrada de visitantes. Os passageiros de alguns voos
internacionais não serão mais sujeitos a testes obrigatórios. Hotéis e
museus estão a reabrir, numa economia dependente do turismo, assim como
as escolas, na etapa mais recente de uma reabertura gradual de negócios.Em
Paris, cafés e restaurantes reabriram pela primeira vez, desde que o
vírus em rápida expansão obrigou ao seu encerramento, em 14 de março.O
governo autoritário e o rígido controlo social na China permitem
rastrear os movimentos dos residentes, através do uso de aplicações e de
uma rede comités de bairro, dominados por membros do Partido Comunista
Chinês. A entrada em muitos edifícios de
escritórios, lojas e restaurantes depende do uso de uma aplicação que
faz o rastreio das deslocações do usuário. Caso a pessoa tenha estado em
áreas onde o vírus está ainda ativo, fica proibida de entrar.Pequim
fechou o mercado de Xinfadi e exige que todos os que estiveram lá
cumpram um período de duas semanas de quarentena. Bairros próximos ao
mercado foram bloqueados e mais de 76.000 pessoas testadas.Em
toda a cidade, Pequim suspendeu hoje a retomada das aulas nas escolas
primárias e reverteu o relaxamento de algumas medidas de isolamento
social.Os inspetores encontraram 40
amostras do vírus no mercado, incluindo uma tábua de cortar salmão
importado. Isso levou algumas redes de supermercados a tirar o salmão
das prateleiras, no fim de semana, e a inspeções em mercados, lojas e
restaurantes.As autoridades de saúde de
Pequim disseram que o sequenciamento genético mostrou que o vírus que
causou o novo surto teve origem na Europa, embora não seja claro se este
se espalhou pelo movimento de pessoas ou pelo transporte de alimentos.