Pelo menos 540 empresas retiram sede da Catalunha
13 de out. de 2017, 18:39
— Lusa/AO online
O número pode ser superior porque o
número apurado até à passada quarta-feira, o último dia disponível,
inclui dados de Barcelona, Girona e Tarragona, mas não de Lérida.Em
sentido contrário, desde dia 2 de outubro, 22 empresas transferiram a
sua sede social para a Catalunha, o que resulta num saldo negativo de
518. O maior número de saídas – 212 empresas – ocorreu no dia 09
de outubro, na véspera da sessão do parlamento catalão em que se
esperava a declaração de independência. Na terça-feira,
registaram-se 177 mudanças de sede, enquanto na quarta-feira foram
contabilizadas 144, mas só há dados de Barcelona e Girona relativos a
este dia. Nos dias anteriores, as mudanças de sede foram muito reduzidas: uma a 03 de outubro, duas a 05 de outubro e quatro no dia 06.A
grande maioria das companhias que abandonaram a Catalunha – 501 – tinha
a sua sede social em Barcelona, segundo dados oficiais espanhóis. A
Sociedade General de Águas de Barcelona (SGAB) e a Lleida.net,
especializada na certificação e notificação eletrónica, são algumas das
empresas que transferiram a sua sede para a capital espanhola, bem como o
Grupo Planeta, o principal grupo editorial e audiovisual espanhol, o
Gas Natural Fenosa ou os bancos Sabadell e CaixaBank.No dia 02 de
outubro, o governo regional da Catalunha (Generalitat) anunciou que 90%
dos catalães votaram a favor da independência no referendo, realizado
na véspera, tendo exercido o direito de voto 42% dos 5,3 milhões de
eleitores.Esta terça-feira, o presidente do Governo catalão,
Carles Puigdemont, anunciou no parlamento regional assumir "o mandato do
povo" para que a região seja "um Estado independente", mas propôs a
suspensão dos seus efeitos para procurar o diálogo com Madrid.O
primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, deu na quarta-feira cinco
dias ao presidente regional catalão para clarificar se declarou ou não a
independência na região, no âmbito da aplicação do artigo 155.º da
Constituição espanhola, que prevê a suspensão da autonomia da região.