Pelo menos 37.000 desaparecidos após dois anos de invasão russa
16 de abr. de 2024, 18:17
— Lusa
"Quase 37.000
pessoas estão desaparecidas: crianças, civis e soldados", publicou no
Facebook o comissário ucraniano Dmytro Loubinets.Apesar
da nova contagem, sublinhou, "estes números podem ser muito mais
elevados", uma vez que a recolha de informação ainda está a decorrer.Desde
o início da invasão russa, em de fevereiro de 2022, morreram dezenas de
milhares de pessoas, entre civis e soldados, mas não existe um número
global fiável.Os procedimentos para identificar os mortos ou desaparecidos podem demorar meses.O
Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou, no final de fevereiro,
que 31.000 dos seus soldados tinham sido mortos em dois anos de guerra,
numa das raras ocasiões em que a Ucrânia fez um balanço oficial das
suas perdas militares. O número de vítimas
civis também é desconhecido, uma vez que não existem informações
fiáveis sobre os territórios ocupados pela Rússia desde o início da
invasão, que levou à destruição de muitas cidades e aldeias.O
caso de Mariupol, sitiada na primavera de 2022 pelas forças russas e
atualmente ocupada, é emblemático, pois, de acordo com Kiev, dezenas de
milhares de pessoas morreram ali e ficaram soterradas sob escombros ou
em valas comuns.Além disso, de acordo com Dmytro Loubinets, "cerca de 1.700" ucranianos estão a ser "ilegalmente detidos" pela Rússia.A
Ucrânia calcula ainda que, nos últimos dois anos, pelo menos 20.000
crianças ucranianas foram deportadas das zonas ocupadas pela Rússia.De acordo com Kiev, até à data as autoridades do país repatriaram pouco menos de 400 crianças.Na
primavera de 2023, o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de
captura contra o Presidente Vladimir Putin e a Comissária russa para a
Infância, Maria Lvova-Belova, pelos seus papéis na "deportação" de
crianças ucranianas para a Rússia, acusações que o Kremlin rejeita.A
guerra na Ucrânia começou em 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia
lançou uma ofensiva militar com o pretexto de defender os territórios
pró russos e ‘desnazificar’ o país.A
invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade
internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o
reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.