Pelo menos 119 mortos no atentado de Carachi

19 de out. de 2007, 10:55 — Lusa / AO online

"Há 119 pessoas mortas e 375 feridas" declarou Mustafa Kamal. "É um incidente trágico que me chocou porque Carachi já não tinha um atentado terrorista assim desde há ano e meio", disse.     Um balanço avançado antes pelos hospitais da cidade dava conta de 108 mortos e mais de 200 feridos.     O duplo atentado com explosivos foi perpetrado muito perto do camião blindado em que seguia Bhutto, sem a atingir, nas ruas de Carachi, durante o seu regresso triunfal ao país após oito anos de exílio.     Reagindo ao atentado, o presidente paquistanês condenou-o nos termos mais firmes, qualificando-o de "conspiração contra a democracia".     "Consternado", o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, condenou quinta-feira energicamente o duplo atentado, através da sua porta-voz.     Ele condena vivamente este atentado terrorista (…) mas ao mesmo tempo exprime a sua confiança de que as forças políticas trabalharão juntas para reforçar a unidade nacional", salienta o comunicado.     Também a Casa Branca condenou hoje o atentado mortífero cometido perto do cortejo da ex-primeira-ministra paquistanesa Benazir Bhutto, e afirmou que os extremistas não farão descarrilar as próximas eleições.     "Os Estados Unidos condenam o atentado brutal cometido no Paquistão e choram a morte de inocentes", disse um porta-voz da Casa Branca, Gordon Johndroe.     "Os extremistas não conseguirão impedir os paquistaneses de escolher os seus representantes através de um processo democrático e aberto", disse numa referência às legislativas de Janeiro.     Bhutto conta conduzir o seu partido às legislativas mas negoceia há meses, com o apoio de Washington, um acordo de partilha de poder com o general Pervez Musharraf, aliado estratégico dos Estados Unidos.     Em Lisboa, a União Europeia condenou quinta-feira "vigorosamente" o atentado.     "A União Europeia condena com vigor o ataque terrorista contra o cortejo de Benazir Bhutto", declara num comunicado a Presidência Portuguesa da UE, que sublinha que as vítimas participavam "num desfile pacífico nas ruas de Carachi".     "Tais actos põem em perigo o processo eleitoral", estima a UE, que apela às autoridades paquistanesas e a todas as forças políticas do país para garantirem que as próximas eleições se preparem e decorram num clima propício à livre expressão da vontade dos eleitores".