Peixe-lua com quase 3 toneladas encontrado morto junto a porto da Horta
10 de dez. de 2021, 18:41
— Lusa/AO Online
"Já estava
morto quando foi encontrado, aqui na superfície do porto da Horta”,
disse à Lusa Pedro Afonso, biólogo marinho na Universidade dos Açores,
adiantando que o exemplar “de grandes dimensões”, com 2.740 quilos, tem
quase o tamanho semelhante ao maior indivíduo desta espécie descoberto
em todo o mundo, que pesava cerca de três toneladas.As
causas de morte deste peixe-lua não foram ainda determinadas, embora
apresente um corte na parte frontal da cabeça que poderá indiciar uma
possível colisão com alguma embarcação, explicou.“Estamos
ainda a tentar saber, um pouco melhor, o que é que se passou.
Verificámos que havia uma contusão grande na zona frontal, por cima da
cabeça, que provavelmente poderá indicar uma colisão. Se essa colisão
ocorreu antes ou depois da morte, é um pouco difícil, nesta altura, de
determinar”, adiantou Pedro Afonso.O
biólogo da Universidade dos Açores lembra que o reporte de colisões de
peixes deste porte com embarcações de lazer, de pesca, de transporte de
passageiros ou de mercadorias, “é extremamente raro” nos mares dos
Açores.“A
verdade é que estes peixes-lua são conhecidos por fazerem, durante o
dia, um comportamento em que se colocam de lado, à superfície, numa
espécie de natação letárgica, e também poderá ter acontecido que, nestas
situações, haja mais probabilidade de existirem colisões”, explicou.Christophe
Pharm, outro biólogo da Universidade dos Açores, explicou à Lusa que já
foram retirados o estômago e o intestino do peixe-lua para posterior
análise, no sentido de perceber se ingeriu lixo ou plástico que possa
ter causado a sua morte.“Para
nós, este tipo de trabalho é bastante desafiante, por que se trata de
um indivíduo muito grande, mas conseguimos retirar o estômago, e parte
do intestino, e vamos agora avaliar se havia plástico dentro do estômago
e depois tentar relacionar isso com a morte”, referiu o biólogo.O
peixe-lua foi, entretanto, enterrado, prevendo-se que a sua estrutura
óssea possa vir a ser recuperada, daqui a alguns anos, para posterior
exibição na Fábrica a Baleia de Porto Pim, na cidade da Horta.