Autor: Lusa/AO online
O estudo da associação de defesa do consumidor é publicado na edição de fevereiro da revista Proteste.
Amostras de cinco espécies de peixe fresco barato - sardinha, cavala, truta, faneca e carapau - foram compradas pela DECO entre agosto e setembro de 2012 e avaliadas segundo cinco parâmetros: informação ao consumidor, temperatura de venda, parasitas, frescura e conservação/higiene.
Todos os pontos de venda apresentavam peixe fresco, mas a maioria das amostras de pescado - 41 em 69 - chumbou na temperatura, com valores muito acima do recomendável, entre os 7,1 e os 11,9ºC.
De acordo com a DECO, a temperatura de venda aconselhável do pescado fresco é próximo dos 0ºC, do gelo fundente.
A associação de defesa do consumidor concluiu também que, em 21 das 69 amostras, o peixe, sobretudo carapau e faneca, tinha más ou medíocres condições de conservação e higiene.
Cinco estabelecimentos - Continente do Centro Comercial Colombo/Lisboa, Jumbo de Alfragide, Peixaria Augusta/Matosinhos, Pingo Doce da Boavista/Porto e Pingo Doce das Telheiras/Lisboa - chumbaram na venda de carapau, na variável 'parasitas'.
Considerando a qualidade global, a DECO desaconselha a compra de peixe em seis peixarias que tiveram nota negativa, entre os 23 e os 40 por cento: Continente/Centro Comercial Colombo/Lisboa (sardinha, carapau e faneca), Mercado de Alvalade Norte/Lisboa, Mercado do Livramento/Setúbal, Mercado do Bolhão/Porto, Jumbo de Alfragide e Mercado de Matosinhos (todos no carapau).
Globalmente, 19 postos de venda tiveram nota positiva, entre os 65 e os 95 por cento, porque apresentavam peixe de boa qualidade. A liderar a lista, o Continente de Setúbal, que obteve a classificação de 95 por cento com a venda de cavala.
O Mercado do Livramento de Setúbal e o Jumbo de Alfragide, dois dos piores estabelecimentos na venda de carapau, foram considerados dos melhores na sardinha, com, respetivamente, uma qualidade global de 88 e 68 por cento.
A DECO Proteste concluiu que o preço de venda do peixe não tem ligação direta com a sua qualidade.
Para o estudo, a associação de defesa do consumidor verificou a informação de venda e mediu a temperatura do peixe comprado.
Posteriormente, realizou em laboratório um exame parasitológico e um exame sensorial, para determinar o grau de frescura do peixe, ambos complementados com uma análise química chamada de Azoto Volátil Total. A associação efetuou também análises microbiológicas.