Pedro Soares diz que Portugal tem qualidade para "disputar medalhas"

Europeus/Judo

17 de nov. de 2020, 13:10 — Lusa/AO Online

“Tivemos três medalhas de bronze [Jorge Fonseca, Rodrigo Lopes e Bárbara Timo] e dois quintos lugares. Se fosse igual... Mas não vale a pena quantificar medalhas, a seleção tem qualidade para as disputar”, disse à agência Lusa Pedro Soares.O antigo judoca, duas vezes vice-campeão europeu (1996 e 2002), acredita que em Praga o nível de exigência vai aumentar, num ano quase sem atividade devido à pandemia da covid-19 e com as seleções presentes a procurarem dar competição aos seus atletas.“Não é uma prova fácil, é das poucas que vão ter neste período de pandemia. As seleções trazem os seus melhores atletas, dois por peso, porque não há mais alternativas”, explicou Pedro Soares.Em masculinos, Portugal apresenta-se com sete judocas: Rodrigo Lopes (-60 kg), Sergiu Oleinic e João Crisóstomo (-66 kg), João Fernando (-73 kg), Anri Egutidze e João Martinho (-81 kg), e Jorge Fonseca (-100 kg).De todos, destaca-se Jorge Fonseca, o primeiro judoca português a conquistar um título mundial, no último ano, em Tóquio.“Vejo-o bem, com a questão da pandemia e da covid-19 [em junho o judoca teve quatro semanas em quarentena após um teste positivo] para trás das costas, ganhou algum peso, mas já está bem”, revelou Pedro Soares, que acompanha Jorge Fonseca quer na seleção, quer no clube, o Sporting.Em Budapeste, Jorge Fonseca teve o primeiro exame e saiu-se bem, com Pedro Soares a considerar que na capital húngara o judoca conseguiu fazer um percurso muito parecido àquele que lhe deu o título mundial em Tóquio.“Teve uma prova em crescendo, a ganhar confiança. Caso fosse à final reeditava a decisão do Mundial. Nas meias-finais foi um erro técnico, na luta no chão, estava a ser superior no combate. Não foi por não estar preparado”, justificou.Nos Europeus, o selecionador, que orientará os judocas juntamente com Ana Hormigo, direcionada para os femininos, com Catarina Costa e Raquel Brito (-48 kg), Joana Ramos (-52 kg), Telma Monteiro e Wilsa Gomes (-57 kg), Bárbara Timo e Joana Crisóstomo (-70 kg), Yahima Ramirez (-78 k) e Rochele Nunes (+78 k), considera existir um misto de “experiência” e “juventude”, mas capaz de dar resultados.“Os extremos tocam-se, todos têm muito nível, são atletas com currículos muito interessantes, é uma seleção com muita qualidade”, disse.Os Europeus têm início na quinta-feira e decorrem até sábado, numa competição em que os judocas têm de apresentar dois testes com resultado negativo à covid-19 e na qual voltam a efetuar um teste à chegada a Praga, para estarem aptos.Depois do Grand Slam de Budapeste, os Europeus de Praga, que foram adiados em maio, são apenas a segunda grande competição internacional a disputar-se desde março, quando foi suspensa a atividade desportiva devido à pandemia da covid-19.