Pedro Sánchez convocado por juiz para testemunhar em caso que envolve a mulher
22 de jul. de 2024, 10:35
— Lusa/AO Online
Segundo um comunicado do
tribunal de Madrid que tem a instrução deste caso, o juiz deslocar-se-á
no dia 30 de julho de manhã ao Palácio da Moncloa, a sede da presidência
do Governo de Espanha, para ouvir Sánchez.“Considera-se
conveniente, útil e pertinente recolher a declaração do esposo da
investigada, Pedro Sánchez Castejón”, argumenta o juiz, num despacho
citado por vários jornais espanhóis.O juiz
que tem a instrução do caso de Begoña Gómez, a mulher do
primeiro-ministro, aceitou assim o pedido para Sánchez ser ouvido
apresentado pelas designadas "acusações populares", que se constituíram
na sequência da abertura da investigação judicial e que são encabeçadas
pelo partido de extrema-direita Vox.Na sexta-feira passada, Begoña Gómez invocou o seu direito ao silêncio e não foi ouvida pelo juiz que tutela o caso.Begoña
Gómez optou por não responder ao juiz "não por ter algo a esconder ou
por não querer dar explicações", mas porque assim a aconselhou a sua
defesa, que considerou não estarem asseguradas "as garantias" previstas
num Estado de direito, disse aos jornalistas o seu advogado, Antonio
Camacho, na sexta-feira.O advogado
considerou que o juiz de instrução do caso não delimitou o objeto da
investigação e realçou que dois relatórios da equipa de investigação
policial enviados ao juiz concluíram que não existem indícios de
irregularidades. "Este procedimento carece
de qualquer objeto neste momento" e "um juiz de instrução não pode
investigar qualquer coisa, deve delimitar o objeto de investigação",
disse Antonio Camacho.A investigação que
envolve Begoña Gómez tem como base queixas de associações ligadas à
extrema-direita e centra-se, em particular, na sua relação profissional
com um empresário cujas empresas negociaram ajudas públicas ou
participaram em concursos públicos num período em que Pedro Sánchez já
era primeiro-ministro.Em linha com as
conclusões da investigação policial, o Ministério Público considerou não
haver fundamentos no caso e pediu o arquivamento.O
juiz de instrução, no entanto, considerou haver indícios suficientes
para continuar com a investigação e tem chamado diversas pessoas para
prestar declarações.Begoña Gómez, com uma
formação em Marketing e gestão, especializou-se, na sua vida
profissional, na angariação de fundos para fundações e organizações
não-governamentais.Sánchez e o Partido
Socialista espanhol (PSOE) têm reiterado não haver nada que fundamente
esta investigação judicial e que está em causa uma perseguição política e
pessoal ao chefe do Governo e à sua família, sendo inevitável o
arquivamento do caso.Juntamente com a lei
de amnistia para os independentistas catalães, este caso é há várias
semanas o principal alvo de ataque ao primeiro-ministro e foi também o
motivo que levou Sánchez a ponderar demitir-se no final de abril,
dizendo-se vítima, com a família, de uma "máquina de lodo" que difunde
mentiras e desinformação na Internet que são depois levadas para o
debate político pela direita e pela extrema-direita e judicializadas com
queixas de associações extremistas.