Pedro Nuno Santos eleito secretário-geral venceu nos Açores
18 de dez. de 2023, 08:14
— Paula Gouveia/Lusa
Pedro Nuno Santos foi eleito secretário-geral do PS com
62% dos votos (24 080) nas eleições diretas realizadas entre sexta-feira
e sábado. Nos Açores, a percentagem foi superior (67%).José Luís
Carneiro foi o segundo mais votado, com 36% dos votos (14 868), e Daniel
Adrião ficou em terceiro lugar, com 382 votos (1%). A candidatura de
Pedro Nuno Santos elegeu também a maioria dos delegados ao Congresso do
PS, 909, seguindo-se a de José Luís Carneiro, que elegeu 407, enquanto a
de Daniel Adrião elegeu cinco delegados. O congresso que vai eleger os
novos órgãos nacionais do partido está agendado para o período de 5 a 7
de janeiro.No sábado, no seu discurso de vitória, na sede nacional
do partido em Lisboa, Pedro Nuno Santos manifestou-se confiante na
unidade do seu partido para as legislativas, apontando-o como exemplo de
estabilidade por ter na sua história apenas nove líderes contra 19 do
PSD. O novo líder dos socialistas “cumprimentou os camaradas” de partido
que “foram circunstancialmente” seus adversários. “Contamos com eles
para a unidade”, sustentou. O recém-eleito secretário-geral do PS
considerou ainda que a solução governativa com os partidos à esquerda
“de Geringonça não teve nada, foi muito estável e funcionou bem”, sem se
comprometer com a sua reedição. “De qualquer forma, aquilo que eu
disse, e repito, é que nós vamos trabalhar para ter uma grande vitória”,
tendo discordado da ideia de que vai protagonizar um PS mais à
esquerda.Na sua moção global para a liderança do PS, intitulada
“Portugal inteiro”, Pedro Nuno Santos propõe uma revisão constitucional
que extinga a figura de representante da República na Madeira e Açores e
garanta “a reforma e o aprofundamento da autonomia” das regiões
autónomas.Na mesma moção, defende “a valorização das carreiras” da
Administração Pública, e quanto ao dossiê da TAP, considera que “não há
pressa” em privatizar, uma vez que é uma empresa “com saúde financeira” e
“muito saudável” do ponto de vista operacional. Sobre a nova
localização para o aeroporto de Lisboa, já assegurou que será uma das
primeiras decisões que vai tomar se for eleito primeiro-ministro. E na
pasta da habitação, que tutelou enquanto ministro, pretende o aumento da
oferta pública e contar com as empresas e o setor da construção,
recorrendo a “modelos de cooperação”. Na Justiça, considera que é
necessário “iniciar um amplo debate sobre o sistema de seleção, formação
e governo dos magistrados e da magistratura, assim como dos demais
agentes da justiça. E na saúde, defende que “os instrumentos de
regulação das relações entre o setor público e o privado devem ser
reforçados.