Pedro Nuno diz que só haverá eleições se Montenegro ou Marcelo quiserem
OE2025
1 de out. de 2024, 11:37
— Lusa/AO Online
As negociações sobre o Orçamento
do Estado para 2025 (OE2025) estiveram no centro da entrevista desta
noite de Pedro Nuno Santos à CMTV, na qual o líder socialista sublinhou
que “O PS não vai passar nenhum cheque em branco” ao Governo sem incluir
algumas das suas propostas.“Só haverá
eleições se o senhor primeiro-ministro ou o senhor Presidente da
República quiserem. É que não dependem do Orçamento do Estado”,
defendeu.Segundo Pedro Nuno Santos, as
eleições antecipadas não são desejáveis e o PS não está à procura delas
ou de chumbar o Orçamento do Estado.“Agora
aquilo que nós queremos é viabilizar um Orçamento do Estado que não
tenha medidas que chocam de frente com a visão do PS para o país. Só
estamos a pedir duas”, disse, referindo-se à recusa das propostas do
Governo do IRS Jovem e do IRC.De acordo
com o líder do PS, está a ser “um cavalo de batalha e uma pressão
brutal” sobre os socialistas porque o partido “está a dizer que nas
centenas de medidas de um orçamento não quer lá duas”.“O discurso sobre o interesse nacional não pode aprisionar a oposição democrática”, defendeu.Pedro
Nuno Santos referiu que o próprio Presidente da República assumiu que
“estava a pressionar” e considerou que Marcelo Rebelo de Sousa “está no
seu direito”.“A interpretação de interesse
nacional pode ser diferente. O que nós não podemos é aprisionar a
oposição democrática porque isso degrada a democracia. Nós querermos que
o PS se anule, deixe de defender aquilo em que acredita em nome de um
interesse nacional abstrato ou da opinião de um determinado político,
isso sim é que é desrespeitar a democracia”, considerou.Na opinião do secretário-geral do PS, “os partidos podem chegar a acordo e fazer cedências”.“O
que um partido não pode fazer é tentar impor ao outro matérias que
chocam de frente com o projeto de sociedade desse partido. Nós não
fizemos isso com o PSD. As propostas que nós apresentámos não violentam o
quadro programático ou de valores do PSD e nós aquilo que queremos é
que o PSD faça o mesmo”, disse.Criticando
que se esteja a fazer de conta que o Orçamento do Estado é o IRC e o IRS
Jovem, Pedro Nuno Santos reiterou a "flexibilidade total para
viabilizar um orçamento que não é seu e que é o do PSD"."O PS tem uma determinada visão da sociedade. Aprovar o orçamento com o PS tem consequências e tem condicionalismos", avisou.O
líder do PS manifestou disponibilidade para negociar e conversar sobre
as propostas que levou ao primeiro-ministro na sexta-feira, quando
propôs que a margem orçamental destinada no IRS Jovem fosse aplicada em
investimento público para habitação da classe média, num aumento
extraordinário de pensões e num regime de exclusividade para médicos no
SNS.Segundo Pedro Nuno Santos, estas propostas não têm "o mesmo estatuto" que a recusa do IRS Jovem e do IRC. O
líder do PS disse ter a consciência que estas são matérias importantes
para o PSD, mas sublinhou que os socialistas não estão a exigir que
sejam retiradas outras medidas.Às críticas
do PS estar a ser radical com esta rejeição total destas duas medidas, o
secretário-geral socialista respondeu que radical "é querer que o PS
viabilize um orçamento com uma medida de IRS que é criada por toda a
gente".Para o líder do PS "não é desejável
um Governo em duodécimos" e insistiu que é algo que se pode evitar
porque "só há orçamento se o Governo não quiser"."Se
querem o voto do PS essas medidas não podem estar. Ao escolher o PS
isso tem consequências", insistiu, considerando que neste momento quem
tem que dizer se quer a viabilização do PS é o Governo de Luís
Montenegro.