PCTP/MRPP dos Açores contra alienação da conserveira Santa Catarina
29 de jan. de 2019, 12:28
— Lusa/AO Online
"É
legítima a preocupação do Conselho da Ilha de São Jorge ao temer que o
processo de privatização tenha consequências económicas e sociais graves
para a economia da ilha. E é precavida a atitude do presidente da
Associação de Pescadores da Ilha de São Jorge ao considerar péssima a
privatização da fábrica e, temendo que se passe com esta indústria o que
se passou com a conserveira Cofaco na ilha do Pico, anteveja um
descalabro para o setor das pescas", sustenta o partido.A posição do PCTP/MRPP surge numa nota endereçada à agência Lusa.O
partido traça uma analogia entre os "milhares de milhões de euros das
dívidas da banca aos trabalhadores portugueses", que "mais do que anulam
os ridículos oito milhões" que o secretário regional do Mar, Ciência e
Tecnologia dos Açores "afirma ter a fábrica de pagar aos bancos"."Os
trabalhadores, maioritariamente operárias, nas suas mais diversas
qualificações, é que laboram e fazem funcionar a unidade industrial. Ao
capital cabe promover a ilusão da sua indispensabilidade em troca da
humilhação e exploração assalariadas usando, para o efeito, o argumento
da violência institucional e da sua plena paridade com o dinheiro a que
tudo indexa", prossegue o PCTP/MRPP.Numa
recente visita estatutária a São Jorge, o Governo dos Açores declarou
estar a preparar o caderno de encargos de privatização da fábrica de
Santa Catarina, assegurando o executivo que os postos de trabalho serão
salvaguardados e que já existem interessados.“Neste
momento está a ser pensado o caderno de encargos” e “já existiu um ou
outro interessado na unidade fabril”, disse na semana passada o
secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, Gui Menezes.O
governante explicou também que só com a privatização daquela indústria
transformadora de atum será possível recorrer a fundos comunitários que
possam ser utilizados na sua modernização.