PCP teme "deslocalização total" da empresa Cofaco dos Açores
15 de jan. de 2018, 07:47
— Lusa/AO Online
“O
que tememos é exatamente isso, uma deslocalização total da empresa
Cofaco, agora pelo Pico, mas já temendo o que poderá acontecer com a
fábrica de Rabo de Peixe na ilha de São Miguel”, declarou aos
jornalistas Vítor Silva.O
dirigente, que falava em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, em
conferência de imprensa para apresentação das conclusões da reunião do
secretariado da direção regional do PCP, referiu desconhecer uma
eventual deslocalização da empresa para Cabo Verde, afirmando que
“nenhum outro partido representado na Assembleia Legislativa Regional
dos Açores tem essa informação”.A
administração da conserveira Cofaco, que labora atum, informou esta
terça-feira que iria proceder ao "despedimento coletivo" dos 180
trabalhadores da empresa.Para
Vítor Silva, todo este processo “foi tratado com o máximo secretismo e
sigilo e os resultados foram, infelizmente, muito maus, porque não se
deu a oportunidade a outros intervenientes, com uma posição diferente,
de manifestar a sua posição e até alterar o processo”.“Não
venha agora o senhor presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro,
sacudir a ‘água do capote’, afirmando que não se substitui à
administração da empresa, quando soube sempre o que se estava a passar,
escondendo dos trabalhadores, do parlamento e da opinião pública. Será
que a velha máxima do capital de que “o segredo é a alma do negócio” foi
aqui aplicada?”.O
líder do PCP/Açores considerou que se está “perante uma situação que se
repete, uma vez que, em 2010, a Cofaco encerrou a unidade fabril da
Ilha do Faial, voltando agora, uma vez mais, a contribuir para o
agravamento da situação social, aumento do desemprego e o retrocesso da
economia das ilhas do Faial, Pico e São Jorge e, consequentemente, da
região”.O
PCP/Açores anunciou, entretanto, que vai propor no parlamento regional
um conjunto de “medidas urgentes que permitirão, no imediato, melhorar
os rendimentos dos açorianos, combater a precariedade, relançar a
geração de riqueza e a criação de emprego”.Vítor
Silva exemplificou com o aumento do salário mínimo e do acréscimo
regional de 5% para 7,5%, da remuneração complementar dos trabalhadores
da administração regional em 12,5%, a par do “combate ao trabalho
precário e abuso de programas ocupacionais”.Os
comunistas querem ver reduzido o preço da tarifa da eletricidade para
as famílias e micro, pequenas e médias empresas, eliminadas as taxas
moderadoras na saúde, reduzida a taxa mais alta do IVA, aumentado o
complemento regional de pensão e do abono de família, ao mesmo tempo que
reafirmam que estão contra privatização da SATA, “estratégica para os
Açores”.