PCP propõe majoração de apoios sociais para trabalhadores da Cofaco na ilha do Pico
OE2019
20 de nov. de 2018, 14:21
— Lusa/AO Online
“O
encerramento da fábrica da Cofaco do Pico e o despedimento coletivo dos
seus trabalhadores têm consequências nefastas em todo o mercado de
trabalho na ilha do Pico e um impacto económico e social de grandes
proporções e cujos efeitos se agravarão com o aprofundar do círculo
vicioso da recessão e do aumento do desemprego a nível local”, justifica
o partido, na proposta de aditamento ao Orçamento do Estado para 2019 a
que a Lusa teve acesso.Em
janeiro deste ano, a conserveira Cofaco, dona do atum Bom Petisco,
anunciou o despedimento da totalidade dos trabalhadores na fábrica do
Pico (cerca de 160), prometendo a readmissão no futuro da maioria dos
quadros.Os
comunistas propõem que o Governo institua em 2019 um “regime especial e
transitório de facilitação do acesso, majoração de valor e prolongamento
da duração de apoios sociais aos trabalhadores da fábrica Cofaco, na
Região Autónoma dos Açores, que se encontrem em situação de desemprego”,
dando cumprimento a uma resolução da Assembleia da República, aprovada
em julho.O PCP
salienta que o despedimento coletivo na Cofaco do Pico representou uma
perda de 4,3% na população ativa da ilha e de mais de 8% no concelho da
Madalena, defendendo, por isso, que é preciso tomar medidas para
“minimizar a retração do consumo no mercado local, sob pena de se poder
estar a pôr em causa a eficácia dos apoios atribuídos às empresas”.“São
de importância estratégica as medidas para minimizar o impacto social e
económico do despedimento coletivo e do desaparecimento de cerca de 300
postos de trabalho diretos e indiretos e no equilíbrio da situação
social e económica da ilha do Pico e da região, sendo fundamental
minorar as dificuldades da população picoense, reconhecendo a
especificidade e excecionalidade da sua situação”, pode ler-se na
proposta.Foi
através do Sindicato de Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio,
Escritórios e Serviços dos Açores que se soube, em 09 de janeiro, que a
administração da conserveira se havia reunido com os trabalhadores da
empresa no Pico para os informar de que todos seriam despedidos - com
direito a indemnização e fundo de desemprego -, deixando a Cofaco de
laborar naquela ilha até à construção de uma nova fábrica.No
início deste mês, o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia
dos Açores disse que a empresa pediu um adiamento de 30 dias para
avançar com a construção da nova fábrica. Ainda
assim, a Cofaco estima que o projeto, orçado em cerca de sete milhões
de euros, esteja concluído até janeiro de 2020, empregando inicialmente
100 trabalhadores, com possibilidade de aumentar o número “até aos 250"
efetivos.