PCP na Terceira acusa PS de levar ilha a "caótica situação" económica e social
24 de jan. de 2019, 15:04
— Lusa/AO Online
"É
notória a degradação da situação dos trabalhadores e o recuo dos seus
direitos sociais e laborais. Os contratos a prazo e sazonais tornaram-se
a regra sem exceção nos novos contratos de trabalho, a par de múltiplas
outras formas de trabalho precário e sem direitos, entre as quais
aumenta a utilização abusiva e sistemática de trabalhadores em programas
ocupacionais para desempregados. Grassa também o trabalho ilegal sem
que haja uma resposta suficiente por parte das autoridades inspetivas",
diz nota dos comunistas terceirenses enviada às redações.Para
o PCP, os sectores produtivos de base, a agricultura e a pesca,
"atravessam uma situação muito difícil em resultado das políticas de
integração europeia, sempre subscritas, apoiadas e implementadas pelo
PS, PSD e CDS,", que limitam o "direito a produzir", desvalorizam os
produtos e "destroem" os recursos naturais, abrindo os mares "à
atividade predadora de frotas estrangeiras". "Os
agricultores e os pescadores terceirenses veem os seus rendimentos cada
vez mais reduzidos, sendo empurrados para a falência, o desemprego ou
outras atividades", assinala ainda o partido. No
que refere à lavoura, o PCP adverte para a situação "perfeitamente
ruinosa" dos produtores de leite, "o que determina um impacto igualmente
negativo na estrutura económica terceirense, dada a relevância deste
sector na ilha e no contexto regional". E
prossegue o texto dos comunistas: "Urge encontrar alternativas
credíveis ao monopólio da Pronicol (Lactogal que detém 51% do capital), o
qual, para além de asfixiar financeiramente os produtores com a
imposição de preços de compra muito baixos, a imposição de «multas»
(penalizações) por excesso de produção, também não consegue capitalizar o
potencial da matéria-prima, apostando sobretudo na produção massificada
de lacticínios padrão, em detrimento de produtos que valorizem a
matéria-prima". Para
ultrapassar a situação, o PCP diz que se impõe a "configuração de uma
indústria de média dimensão, que, por iniciativa pública e em comunhão
de esforços com todos os produtores, potencie as sinergias existentes,
se comprometa à configuração de um sector forte, unido nas perspetivas,
interesses e aspirações", e se proponha "afastar a especulação vigente e
os custos sociais inerentes ao domínio dos grandes monopólios".