PCP e "Os Verdes" assumem voto contra moção do CDS-PP
19 de out. de 2017, 17:48
— Lusa/AO online
Em
declarações aos jornalistas no final da conferência de líderes que
agendou o debate da moção de censura apresentada pelo CDS-PP, João
Oliveira e Heloísa Apolónia condenaram o que consideram tratar-se de uma
tentativa de retirar dividendos políticos de tragédias, como os fogos
florestais de junho e outubro, ou meras estratégias partidárias por
parte dos democratas-cristãos. O texto do CDS-PP "Pelas falhas do
Governo nos incêndios trágicos de 2017" considera que "as medidas
anunciadas para o médio e longo prazo não justificam a omissão no curto
prazo" e que, no período entre as duas tragédias de fogos florestais de
junho e outubro, "o primeiro-ministro não se mostrou disponível para
assumir as responsabilidades políticas". Esta é a primeira vez
que o XXI Governo Constitucional será confrontado com uma moção de
censura desde que entrou em funções, em novembro de 2015. A
última vez que a Assembleia da República votou - e rejeitou - uma moção
de censura foi em 30 de maio de 2014, apresentada pelo PCP ao executivo
PSD/CDS-PP, então liderado por Passos Coelho. A moção de censura
ao governo minoritário de António Costa será a 25.ª da história da
democracia portuguesa, mas até hoje só uma derrubou um Governo, em abril
de 1987, então o elenco liderado pelo social-democrata Cavaco Silva e
viria depois a atingir a primeira de duas maiorias absolutas.