PCP diz que programa do executivo "contraria as necessidades” das pessoas
Açores/Governo
14 de dez. de 2020, 13:51
— Lusa/AO Online
Numa
nota de imprensa enviada à comunicação social, os comunistas, que não
têm atualmente assento no hemiciclo açoriano, afirmam que o Programa do
XIII Governo dos Açores é um “enunciado de intenções que, vindo a
concretizar-se em ação, pouco irá contribuir para o desenvolvimento
harmonioso das nove ilhas e para a melhoria da qualidade de vida dos
açorianos”.“É
um programa que contraria as necessidades e aspirações do povo açoriano
em matéria de combate à pobreza e exclusão social, estímulo à produção
regional, dinamização do mercado interno e diminuição da dependência
externa”, declara o PCP/Açores.O plano
apresentado, refere, “deixa pairar uma neblina em diversas matérias" - é
o caso "das áreas da saúde, educação, produção, valorização dos
trabalhadores, do trabalho, do papel central do Estado para o
desenvolvimento da região e para fazer face à crise económica provocada
pela pandemia”.Os comunistas, liderados
nos Açores por Marco Varela, consideram que é necessário “mais
investimento público" e dizem que fica "demonstrado, mais uma vez, o que
já é claro desde o início: este não é um governo movido pela defesa dos
interesses da região, mas sim de interesses de promoção da direita e da
extrema-direita", servindo como “moeda de troca por acordos feitos fora
dos Açores e palco para ambições pessoais".Para
o PCP/Açores, as matérias consideradas prioritárias “não contribuirão
para combater a pobreza, os baixos salários ou o desemprego, nem para
aumentar a produção regional”.Na sua
perspetiva, servirão para “alimentar populismos, degradar a democracia e
usar a identidade cultural açoriana para esconder os verdadeiros
interesses políticos e económicos que servem, no fundo, o acentuar das
desigualdades e o enriquecimento de um pequeno grupo de grandes
empresários regionais”.O PCP quer manter na esfera pública as “empresas estratégicas para a região, reforçando o setor público empresarial.No
seu entender, o desenvolvimento implica “melhores salários, formação
profissional, trabalho com direitos, reforço dos apoios às micro,
pequenas e médias empresas, dos complementos sociais regionais, como o
abono de família, e do complemento regional de reformas”.
O Programa do Governo dos Açores, que tem José Manuel Bolieiro (PSD)
como presidente e Artur Lima (CDS-PP) como vice-presidente, reconhece
que a região "vive uma situação económica e social delicada" e admite
que a pandemia agravou "debilidades" nesses dois campos.De
acordo com o Governo Regional, "a estabilidade política decorrente de
uma maioria plural no plano parlamentar tem de traduzir-se numa
governação que permita aos Açores terem ganhos substanciais em relação
aos indicadores médios da União Europeia e uma diminuição do peso do
Estado e da região na economia e na sociedade".