PCP defende reforço dos incentivos à fixação de médicos
24 de jan. de 2023, 19:30
— Lusa
“É
necessário contratar mais médicos para se fixarem nos Açores”, insistiu
o dirigente comunista, em conferência de imprensa, na cidade da Horta,
após uma reunião da direção regional do partido, recordando que,
atualmente, existem “25 mil açorianos sem médico de família”.Segundo
Marco Varela, a falta de profissionais de saúde nos Açores não se
resume à classe médica, mas também aos enfermeiros, que continuam a
escassear, sobretudo nas ilhas mais pequenas e menos populosas, onde não
existem hospitais, mas apenas centros de saúde.“Este
Governo demonstra uma enorme falta de planeamento, que conduz à falta
de respostas, ou a respostas atabalhoadas e sem estratégia”, lembrou o
coordenador regional do PCP, referindo-se não apenas à falta de
profissionais de saúde, mas também à falta de assistentes operacionais,
por exemplo, no setor da Educação.Para os
comunistas açorianos, que estiveram reunidos no sábado em Ponta Delgada,
o atual executivo regional de coligação PSD/CDS-PP/PPM, que conta
também com o apoio parlamentar do Chega e da Iniciativa Liberal, tem
apresentado falhas em várias áreas.“Estamos
perante um governo que persiste em focar-se somente na sua
sobrevivência política e que age, principalmente, em função de uma ou
outra contestação, sem planeamento no que diz respeito a enfrentar os
problemas que afetam a larga maioria dos açorianos”, lamentou Marco
Varela.O líder do PCP/Açores deu também
como exemplo da falta de planeamento o alegado “atraso” na aprovação de
projetos de investimento apresentados pelos empresários açorianos que,
no seu entender, tem contribuído para manter a “precariedade” e os
“baixos salários” no setor privado.“Ao
contrário do que seria necessário, este governo atrasa os apoios
financeiros aos projetos aprovados de muitas micro e pequenas empresas,
que demoram mais de um ano para serem pagos, e persiste numa política de
baixos salários e de precariedade”, alertou o dirigente comunista.Marco
Varela recordou também as “lutas” encetadas pelos trabalhadores da
administração pública regional, do setor do comércio e serviços e também
das empresas públicas Atlânticoline e COFACO, por melhores condições de
trabalho.“As justas reivindicações da
luta dos trabalhadores e populações, pelo direito a terem uma vida
digna, não são somente uma questão de justiça social, mas também indicam
qual é a alavanca económica que mais possibilidade tem de inverter o
ciclo de abrandamento económico que atravessamos”, insistiu o líder dos
comunistas açorianos.