PCP critica medidas “curtas e parciais” e acusa Governo de “embuste” sobre pensões
Crise/Inflação
6 de set. de 2022, 11:45
— Lusa/AO Online
“As
medidas que foram anunciadas pelo Governo são claramente curtas,
parciais, não dão uma resposta estrutural aos problemas que o país
enfrenta e deixam intocados os interesses dos grandes grupos
económicos”, defendeu o deputado Bruno Dias, na Assembleia da República,
em Lisboa, em declarações aos jornalistas.O
comunista reagia às medidas aprovadas pelo Governo em Conselho de
Ministros extraordinário que visam combater os impactos da inflação e
que já foram entretanto promulgadas pelo Presidente da República,
Marcelo Rebelo de Sousa.“No caso destas
prestações, não só não se vai responder ao poder de compra que já se
perdeu este ano, como, por outro lado, em relação aos pensionistas,
estamos perante uma autêntica fraude, um verdadeiro embuste que tem de
ser denunciado”, acusou. O
primeiro-ministro anunciou que, em outubro, os pensionistas vão ter
um pagamento extra no valor equivalente a meia pensão e, a partir de
janeiro, um aumento entre 4,43% e 3,53% em função do valor da sua
pensão.Bruno Dias continuou, salientando
que “aquilo que está a ser anunciado é uma prestação que tem como
contrapartida uma limitação que vai impedir a atualização das pensões de
reforma nos termos que a lei exige”.“Se o
governo pretende desde já avançar com prestações no sentido de
responder de forma mais imediata ou mais pontual, então que avance, mas
de modo nenhum isso pode substituir as atualizações e os aumentos das
pensões de reforma e dos salários dos portugueses e ao mesmo tempo
também do controlo dos preços dos bens essenciais para fazer face à
situação no país”, concluiu.“Ao ser
anunciado meia pensão, se contabilizarmos o que vai ser o resultado ao
longo do ano de 2023 na atualização aquém daquilo que a lei hoje prevê,
olhe, podemos dizer que é uma meia pensão que nem dá para o
pequeno-almoço”, detalhou o deputado.Na
opinião dos comunistas “aquilo que está a acontecer neste contexto é uma
perspetiva de limitação abaixo daquilo que está obrigatoriamente
previsto na atualização das pensões de reforma".