PCP contra estado de emergência que considera “desnecessário”
Covid-19
2 de nov. de 2020, 16:33
— Lusa/AO Online
“Obviamente, não acompanhamos por sentir que é
desnecessário. Se alguém pensa que criando o estado de emergência os
problemas vão ser resolvidos estão enganados, a questão não se resolve
pela repressão, é pela proteção”, afirmou Jerónimo de Sousa, no final de
uma audiência com o Presidente da República, em que esteve acompanhado
do líder parlamentar do PCP, João Oliveira.No
entanto, questionado se o partido admite apresentar alguma providência
cautelar para impedir algumas das medidas previstas pelo Governo,
Jerónimo de Sousa respondeu negativamente: "O nosso combate é político,
não jurídico".O líder comunista acusou o
Governo de ter tomado, ao longo da pandemia, muitas “medidas erradas”,
como a recente decisão de proibir feiras e mercados, ou operações
policiais de fiscalização da restrição da circulação que provocaram
longas filas na passada sexta-feira.“Não
são precisas mais barreiras automóveis, são precisas mais camas, mais
meios por parte do SNS, aí é que está a resposta e não em medidas que
não têm sentido nem aplicabilidade”, defendeu.Jerónimo
de Sousa insurgiu-se também contra o anúncio do encerramento de feiras e
mercados, já hoje criticado por vários partidos.“Aplicam
uma medida sobre portugueses que trabalham com base no seu pequeno
negócio e permitem que centros comerciais estejam abertos”, criticou.O líder comunista apelou ainda ao Governo que dê mais e melhores explicações aos portugueses.“Expliquem
bem aos portugueses para que eles compreendam, se eles compreenderem
aceitam melhor. Não é com esse chapéu do estado de emergência que
encontramos as respostas necessárias”, apelou.