PCP alerta para "desinvestimento" do Governo Regional nas Flores
24 de out. de 2022, 18:08
— Lusa/AO Online
A posição do partido surge num
comunicado de imprensa a propósito da deslocação de três dias que o
coordenador do PCP/Açores, Marco Varela, realizou à ilha das Flores, na
semana passada. "O que se evidencia, e é
comum a todas as instituições com que o PCP reuniu, é a falta de
resposta ou a resposta insuficiente que se evidencia no anteprojeto de
Plano e Orçamento da Região Autónoma dos Açores para 2023 e, sobretudo,
as promessas feitas no passado e não mantidas (algumas já há mais do que
um ano)", denunciou o partido.Segundo o
dirigente do PCP/Açores, nas várias reuniões e visitas a instituições da
ilha das Flores foi "possível notar um claro desinvestimento na ilha,
tanto que o próprio Conselho de Ilha deu parecer negativo" aos
documentos do Governo para o próximo ano.No entender do partido, em causa estão medidas "ao alcance do Governo Regional".Mas,
"este parece estar unicamente preocupado com a sua sobrevivência
política, criando, pela sua inércia, as condições para a crescente
desigualdade entre ilhas e açorianos", apontou o PCP na região. O
partido referiu que se nota, na ilha das Flores, um "avolumar" das
"dificuldades sentidas pelos trabalhadores, população e produtores"
devido aos "baixos salários e pensões, ao aumento do custo dos fatores
de produção e ao consequente e transversal aumento do custo de vida".Na
reunião que o dirigente do PCP/Açores manteve com a Associação de
Bombeiros das Flores foi referida a necessidade de intervir na
manutenção dos dois edifícios, um dos quais nas Lajes das Flores, que
apresenta "várias infiltrações", e "o pagamento a tempo e horas" dos
serviços que a Associação presta de "descarga do combustível", já que
atualmente o processamento está "a demorar quatro ou cinco meses".Quanto
às pescas, o partido assinalou, por exemplo, "a promessa não mantida",
por parte de "um deputado da coligação do Governo, de uma grua nova para
o porto das Poças"."Também na agricultura
existe um claro desinvestimento, que já levou ao encerramento da
Cooperativa Ocidental e ao abandono da produção de manteiga, iogurte,
queijo", denunciou o partido. Na saúde, o
partido defendeu que é preciso dar continuidade ao investimento em obras
no edifício da Unidade de Saúde da ilha das Flores e nas viaturas que
permitam a deslocação de enfermeiros e médicos no apoio domiciliário."Como
em todas as ilhas, um dos problemas focados foi a questão da habitação.
Há profissionais, seja na área da saúde ou da educação, a querer vir
trabalhar para a ilha das Flores, mas, como de resto acontece aos casais
jovens, a sua fixação esbarra sempre na falta de habitação", disse
ainda o PCP, no comunicado.O PCP reiterou a
necessidade de o executivo implementar "11 medidas urgentes" nos Açores
para "responder à crise" atual, entre as quais, a "valorização de
salários e pensões", o "combate à precariedade e à exploração", o
"direito à saúde" e "um valor máximo para o preço dos combustíveis",
entre outras propostas.