PCP alerta para "desinvestimento" do Governo Regional nas Flores

O PCP/Açores alertou para "um claro desinvestimento" na população das Flores e para o aumento das "dificuldades" que os florentinos atravessam, acusando o Governo Regional (de coligação PSD/CDS-PP/PPM) de estar apenas "preocupado com a sua sobrevivência política".


Autor: Lusa/AO Online

A posição do partido surge num comunicado de imprensa a propósito da deslocação de três dias que o coordenador do PCP/Açores, Marco Varela, realizou à ilha das Flores, na semana passada.

"O que se evidencia, e é comum a todas as instituições com que o PCP reuniu, é a falta de resposta ou a resposta insuficiente que se evidencia no anteprojeto de Plano e Orçamento da Região Autónoma dos Açores para 2023 e, sobretudo, as promessas feitas no passado e não mantidas (algumas já há mais do que um ano)", denunciou o partido.

Segundo o dirigente do PCP/Açores, nas várias reuniões e visitas a instituições da ilha das Flores foi "possível notar um claro desinvestimento na ilha, tanto que o próprio Conselho de Ilha deu parecer negativo" aos documentos do Governo para o próximo ano.

No entender do partido, em causa estão medidas "ao alcance do Governo Regional".

Mas, "este parece estar unicamente preocupado com a sua sobrevivência política, criando, pela sua inércia, as condições para a crescente desigualdade entre ilhas e açorianos", apontou o PCP na região.

O partido referiu que se nota, na ilha das Flores, um "avolumar" das "dificuldades sentidas pelos trabalhadores, população e produtores" devido aos "baixos salários e pensões, ao aumento do custo dos fatores de produção e ao consequente e transversal aumento do custo de vida".

Na reunião que o dirigente do PCP/Açores manteve com a Associação de Bombeiros das Flores foi referida a necessidade de intervir na manutenção dos dois edifícios, um dos quais nas Lajes das Flores, que apresenta "várias infiltrações", e "o pagamento a tempo e horas" dos serviços que a Associação presta de "descarga do combustível", já que atualmente o processamento está "a demorar quatro ou cinco meses".

Quanto às pescas, o partido assinalou, por exemplo, "a promessa não mantida", por parte de "um deputado da coligação do Governo, de uma grua nova para o porto das Poças".

"Também na agricultura existe um claro desinvestimento, que já levou ao encerramento da Cooperativa Ocidental e ao abandono da produção de manteiga, iogurte, queijo", denunciou o partido.

Na saúde, o partido defendeu que é preciso dar continuidade ao investimento em obras no edifício da Unidade de Saúde da ilha das Flores e nas viaturas que permitam a deslocação de enfermeiros e médicos no apoio domiciliário.

"Como em todas as ilhas, um dos problemas focados foi a questão da habitação. Há profissionais, seja na área da saúde ou da educação, a querer vir trabalhar para a ilha das Flores, mas, como de resto acontece aos casais jovens, a sua fixação esbarra sempre na falta de habitação", disse ainda o PCP, no comunicado.

O PCP reiterou a necessidade de o executivo implementar "11 medidas urgentes" nos Açores para "responder à crise" atual, entre as quais, a "valorização de salários e pensões", o "combate à precariedade e à exploração", o "direito à saúde" e "um valor máximo para o preço dos combustíveis", entre outras propostas.