PCP acusa Governo dos Açores de não querer aliviar os encargos sobre as famílias
26 de nov. de 2018, 15:49
— Lusa/AO Online
"O
Governo Regional, da responsabilidade do PS, não aposta na melhoria da
qualidade de vida dos açorianos, nomeadamente através da recuperação de
rendimentos e do alívio dos enormes encargos que pesam sobre as
famílias", acusou João Paulo Corvelo, deputado comunista, em conferência
de imprensa, na Horta, a propósito das propostas de Plano e Orçamento
para 2019.O
único deputado do PCP na Assembleia Legislativa dos Açores dá como
exemplo a "sistemática recusa" de medidas que considera serem
fundamentais, como o acréscimo regional ao salário mínimo nacional ou o
aumento do complemento ao abono de família para crianças e jovens."São
exemplos que ilustram bem a política deste governo que, uma vez mais,
nesta proposta de Plano e Orçamento para 2019, deixa claro que
efetivamente o aumento dos rendimentos dos açorianos não está nas suas
preocupações, nem é essa a sua prioridade", lamentou João Paulo Corvelo.No
seu entender, existem ainda outras matérias que não constam daqueles
documentos, que serão discutidos e votados esta semana no parlamento dos
Açores, como a redução da taxa mais elevada do IVA, os elevados custos
da eletricidade ou a redução das taxas moderadoras na saúde."Caso
deveras elucidativo e anacrónico é o que se passa com os manuais
escolares", insistiu o deputado comunista, recordando que, numa altura
em que a nível nacional a gratuitidade dos manuais escolares se irá
estender a todo o ensino secundário, nos Açores as famílias continuam a
ter de suportar a totalidade dos custos com aqueles manuais.Para
João Paulo Corvelo, as propostas de Plano e Orçamento do Governo para o
próximo ano, pecam também pela "clara tendência de manutenção e até
aumento da precariedade laboral", pela recusa do descongelamento de
carreiras na Função Pública e pela não contagem do tempo de serviço dos
professores."Neste
capítulo, o Governo Regional adota uma política seguidista da
intransigência do Governo da República, ao invés de seguir o exemplo de
Região Autónoma da Madeira e chegar a uma situação negociada e aceite
pelas partes, quanto ao faseamento da recuperação do tempo de serviço",
apontou o deputado do PCP.Por
todas estas razões, o parlamentar comunista irá apresentar esta semana
"um vasto conjunto de propostas" ao Plano e Orçamento para 2019, tendo
em vista "melhorar estes documentos" e corrigir algumas das "políticas
erradas".