PCP/Açores quer que subsídio seja "um verdadeiro apoio" aos pescadores
Mau tempo
13 de jan. de 2021, 13:00
— Lusa/AO Online
"A verba do
FundoPesca sai dos descontos dos pescadores! É urgente que o subsídio
pelo mau tempo iguale o salário mínimo regional e que aos pescadores e
armadores seja dado um papel mais ativo na gestão desta verba", sustenta
o partido, numa nota de imprensa enviada às redações pela Comissão de
Ilha de São Miguel do PCP, partido liderado na região por Marco Varela.O
Conselho Administrativo do FundoPesca (criado em 2002 com o objetivo de
atribuir uma compensação salarial aos pescadores dos Açores em
determinadas situações que os impeçam de exercer a sua atividade)
decidiu na semana passada acionar a atribuição de um subsídio que vai
abranger 650 pescadores açorianos, devido ao mau tempo que se tem
registado no arquipélago.No sábado, o
Sindicato Livre dos Pescadores considerou que o subsídio aos
profissionais da pesca açorianos "não dá resposta cabal" às
necessidades, devido ao mau tempo e à pandemia, alegando que "o montante
de 349,13 euros não faz face às lacunas existentes para quem está
impedido de exercer a profissão no mar, devido às condições climatéricas
e de pandemia".Hoje, o PCP/Açores, que
deixou de ter no ano passado representação parlamentar no hemiciclo
regional, na sequência das eleições regionais de outubro, reitera que "o
subsídio atribuído deve ser equivalente ao salário mínimo regional, e
deve ser dada aos pescadores e armadores maior autonomia na gestão do
FundoPesca"."Se o subsídio atribuído
resulta da legislação que existe, deve então esta legislação ser
mudada", assinala o PCP/Açores, alertando que o mau tempo que se tem
feito sentir na região "obrigou os pescadores a ficar em terra" pelo que
foi ativado o FundoPesca, mas "esta verba resulta dos descontos dos
pescadores e armadores, que já são dos grupos profissionais com mais
baixos rendimentos, apesar de todos os dias arriscarem a sua vida e
terem uma profissão muito difícil".O
partido assinala a "coragem" destes trabalhadores, que "enfrentam o mar
para receberem a menor fatia dos lucros da pesca", aponta o partido,
exigindo "alterações, nomeadamente o aumento do valor do preço pago ao
produtor, e o estabelecimento de um valor justo de primeira venda" do
pescado.O PCP/Açores critica ainda "a
mudança de discurso do PSD, CDS-PP, PPM, IL e Chega, argumentando que
aqueles partidos "há três meses defendiam o aumento dos rendimentos dos
pescadores e agora escudam-se numa lei que podiam mudar, de forma a
manterem um subsídio que não tira ninguém da pobreza".Na
sequência das críticas do Sindicato Livre dos Pescadores, a Secretaria
Regional do Mar e das Pescas do Governo dos Açores esclareceu no domingo
que o acionamento do fundo "foi aprovado por unanimidade", numa a
decisão tomada "de acordo com a legislação vigente que rege aquele
fundo"."O acionamento do FundoPesca
(incluindo o montante monetário a atribuir aos profissionais de pesca)
regeu-se por critérios previamente aprovados em reunião do Conselho
Administrativo, tendo os mesmos merecido igualmente a aprovação do Sr.
Luís Carlos Brum", o dirigente do Sindicato Livre dos Pescadores,
sublinhou o executivo açoriano, de coligação PSD/CDS-PP/PPM.