PCP/Açores quer melhoria radical no Plano e Orçamento para 2020
11 de nov. de 2019, 15:48
— Lusa/AO Online
“Nós
iremos decidir o nosso voto mais à frente, mediante a discussão que se
irá realizar por altura do Plano e Orçamento no final do mês de novembro
[na Assembleia Legislativa Regional]”, explicou o coordenador regional
do PCP dos Açores, Marco Varela.O
dirigente comunista falava em Ponta Delgada, São Miguel, numa
conferência de imprensa para apresentar as conclusões da reunião da
Direção Regional do PCP/Açores, que esteve reunida sábado.“Na
verdade, em lugar de ações concretas e projetos claramente definidos,
existe uma enumeração de muitas boas intenções que não têm qualquer
garantia de virem a ser efetivamente executadas, como aliás aconteceu
com o Plano e Orçamento de 2019”, sustentou Marco Varela.Para
os comunistas açorianos, o Plano e Orçamento da Região para 2020
“continua a não dar respostas aos grandes problemas” do arquipélago, com
"vários projetos que se arrastam anos a fio" e "sem que consigam ver
finalmente a luz do dia”. "Este Plano e
Orçamento, a não ser radicalmente melhorado, contará com a mais firme
oposição do PCP, mas também com propostas que serão apresentadas em sede
de discussão destes documentos, e que ao serem aceites constituiriam
uma importante viragem económica e social. Trata-se de propostas que
visam contribuir para a melhoria concreta da qualidade de vida das
pessoas, para que nos Açores se construa uma sociedade mais justa",
defendeu o coordenador regional do PCP.Segundo
o partido, a política do Governo Regional, de maioria socialista,
"continua, por um lado, a centralizar medidas e investimentos para onde
for preciso ganhar votos ou consolidar clientelas, e a contribuir, por
outro, para o esvaziamento e a desertificação, deixando-nos com um
arquipélago a várias velocidades, onde o fosso de desenvolvimento
socioeconómico entre diferentes realidades é cada vez mais fundo e os
contrastes sociais são cada vez mais gritantes".De
entre as propostas de alteração que o PCP/Açores anunciou que vai
apresentar ao Plano e Orçamento para o próximo ano está, por exemplo, “o
aumento do acréscimo regional ao Salário Mínimo Nacional de 5% para
7,5%”.O "aumento do Complemento Regional
de Pensão e do Abono de Família", a "eliminação das taxas moderadoras na
saúde" e a "redução da taxa mais alta do IVA", são outras das propostas
que serão apresentadas pelo PCP/Açores em sede de discussão dos dois
documentos.Os comunistas defendem ainda
que seja "garantida a universalidade e gratuitidade no acesso a creches a
todas as crianças até aos 3 anos, o aumento da comparticipação diária
de deslocação de doentes, o alargamento do IVA social" e "isenções a
bens de índole cultural e a viabilização e modernização de empresas como
a SATA [transportadora aérea açoriana] e a Santa Catarina [indústria
conserveira]".O PCP/Açores deixou ainda
críticas à política "errada" do executivo regional em relação à SATA,
apontando que "a culpa" da atual situação da empresa "é do sócio
maioritário" da companhia, "o Governo Regional, que segue sucessivas
medidas avulsas ao sabor desta ou daquela contestação".“O
PCP considera imperativo que o Governo Regional tome medidas sérias
para o saneamento financeiro da empresa e para a implementação de um
projeto integrado e sustentável de transportes regional, que não pode
continuar metido na gaveta. É imperativo tomar medidas para mantermos
uma SATA pública e ao serviço do desenvolvimento da Região”, sustentou
Marco Varela.Questionado sobre a recente
saída do presidente do conselho de administração da SATA, António
Teixeira, que apresentou a sua demissão por motivos de "ordem pessoal" e
pelo atraso na "implementação de medidas de reestruturação", o
coordenador regional do PCP referiu que "a questão de fundo" da
companhia aérea "não tem a ver com os administradores, mas com a
política errada do Governo Regional".