PCP/Açores quer manter ‘gateways' para ilhas com obrigações de serviço público
14 de mar. de 2022, 13:04
— Lusa/AO Online
Num comunicado em que
divulga as conclusões de uma reunião da direção regional do PCP/Açores
(DORAA) realizada no sábado, em Ponta Delgada, os comunistas referiram
que “já há muito tempo o futuro do Grupo SATA [companhia aérea açoriana]
está posto em causa pela gestão danosa dos sucessivos governos
regionais, que o conduziu a uma situação financeira insustentável”.“Receamos
que a anunciada reestruturação e o apoio de Bruxelas, envolta por
enquanto no silêncio, nada de bom irá trazer à região. Pelo contrário,
podem ser um caminho perigoso, que poderá pôr em causa o legítimo
direito à mobilidade dos açorianos”, observa o PCP/Açores.De
acordo com os comunistas, o “possível fim das ligações diretas com o
continente das ilhas do Faial, Pico e Santa Maria, como a falta de
reforço das viagens interilhas, atingindo em particular a Graciosa,
Santa Maria e São Jorge, conjugado com a pouca oferta de transportes
marítimos de passageiros e mercadoria, acabará por isolar e condicionar
cada vez mais o crescimento de algumas ilhas”.O
PCP/Açores rejeita “este silêncio, estas possíveis opções, que dariam
continuidade a uma política de retrocesso e condicionamento para quem
vive nestas ilhas, limitando o seu desenvolvimento económico e social,
afetando ainda mais o setor do turismo, que já enfrenta dificuldades
acrescidas”.Para os comunistas, a redução
do número de voos “pode significar não só a perda de fluxos turísticos,
como constituir uma barreira à criação de oportunidades, limitando as
possibilidades de desenvolvimento destas ilhas e contribuindo para o
encerramento de empresas e o aumento do desemprego”.Os
comunistas apreciaram ainda os “aumentos dos preços da energia e dos
combustíveis, que acrescentam dificuldades na vida dos açorianos, mesmo
de quem não tem carro e quem procura gastar o mínimo de eletricidade
possível”.“Sendo estes fatores de produção
transversais a todas as atividades económicas, determinam o aumento do
preço de qualquer outro bem ou serviço. Na ausência de aumentos
salariais, isto origina uma baixa dos consumos que enfraquece ainda mais
a nossa economia”, considera o PCP/Açores.Os
comunistas defendem “medidas concretas para travar esta situação,
encontrando uma estratégia, uma série de respostas que se organizem em
volta de um fio condutor".“O Governo PSD,
CDS/PP, PPM, com o apoio parlamentar do Chega e IL, não parece ter
compreendido a importância e a urgência desta ação”, referem.Os
comunistas anunciaram ainda que XI Congresso da Organização da Região
Autónoma dos Açores se vai realizar a 07 e 08 de maio, na cidade da
Horta, ilha do Faial.