PCP/Açores pede manutenção da empresa no setor público

SATA/Privatização

16 de jan. de 2019, 16:26 — Lusa/AO Online

"A manutenção da SATA integralmente na esfera pública é condição necessária para garantir a sua existência futura mantendo e prestando um serviço de primeira necessidade a toda a região. A privatização da SATA, ainda que apenas uma percentagem do seu capital, é o primeiro passo para o seu futuro desaparecimento e para fazer regredir os Açores e os açorianos a anos que bem gostaríamos de definitivamente esquecer", assinalou Paulo Corvelo.O deputado falava na Assembleia Legislativa Regional, na Horta, numa declaração política em torno do setor empresarial regional, debate particularmente centrado na SATA (responsável pelas ligações aéreas entre ilhas e com viagens também para fora do arquipélago) e também na conserveira Santa Catarina, de São Jorge.No que refere à SATA, o deputado único do PPM, Paulo Estêvão, quis saber junto do executivo e do PS, que apoia o Governo, "qual a estratégia" para a empresa, "com os prejuízos que todos os meses" esta apresenta."Provou-se que o presidente do Governo Regional tem responsabilidades diretas no processo de falência da SATA, com as opções que tomou", nomeadamente a implementação de "anos e anos de rotas desastrosas", apontou o parlamentar.Na resposta a este ponto, o secretário regional da Presidência para os Assuntos Parlamentares, Berto Messias, reconheceu haver "grande responsabilidade política" de Vasco Cordeiro, mas em matérias como os "extraordinários resultados" que a região tem tido em áreas como o turismo ou a ocupação hoteleira, ou na "melhoria de infraestruturas e reforço de recursos humanos" nas empresas.À direita, o PSD mostrou-se "em geral" de acordo com as orientações do Governo Regional para o reposicionar das participações da região em empresas públicas, advogando que se podia ir mais além. O deputado António Vasco Viveiros criticou a "situação financeira lastimável" da transportadora, com um "passivo superior a 300 milhões de euros".O CDS-PP, pelo seu líder, Artur Lima, defendeu que o PCP - que propôs o debate - "não tem autoridade para falar sobre qualquer setor público empresarial", por ter sido o "principal destruidor de riqueza de Portugal no pós-25 de Abril".Sobre a SATA, o centrista criticou a atual administração, liderada por António Teixeira, que, acusou, se rodeou de "gente que muda de cadeira na hierarquia” da empresa, num "aumento de despesa e não de competência" assente na "troca de chefinhos e cadeiristas".O PS, pelo deputado Francisco César, declarou ser necessário dar "sustentabilidade" à presença da região em empresas "de acordo com as necessidades de serviço público e serviço" aos Açores.No caso da Azores Airlines, o ramo da SATA para fora da região, uma entrada de um parceiro privado no capital social "poderia acrescentar competitividade à empresa", sendo "possível compatibilizar o interesse público" com interesses privados, referiu.O bloquista Paulo Mendes quis saber se os socialistas poderiam aplicar no futuro essa ideia à SATA Air Açores, o ramo da empresa que assegura as ligações aéreas entre as nove ilhas do arquipélago.