PCP/Açores diz que Orçamento Regional para 2025 “esquece o essencial”
23 de nov. de 2024, 14:06
— Lusa
“Este Plano e Orçamento não
serve os Açores, porque [nele] se esquece o essencial”, afirmou hoje o
coordenador regional do PCP, Marco Varela, em conferência de imprensa,
em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.Segundo
o dirigente dos comunistas açorianos, os documentos esquecem as
dificuldades que vivem as famílias do arquipélago, “enquanto o setor
produtivo se desmorona e, com ele, a possibilidade de criar emprego de
qualidade, com direitos, e uma realidade social que recoloque as ilhas
na senda do desenvolvimento”.As propostas que o PCP defende “vão no sentido oposto às escolhas do Governo Regional e dos partidos que o apoiam”.“O
que é necessário é um desenvolvimento regional assente na valorização
da produção regional, no reforço dos serviços públicos de qualidade e na
manutenção na esfera pública das empresas estratégicas para a região,
reforçando o setor público empresarial regional”, disse o líder do
PCP/Açores, partido que não tem assento no parlamento regional.Na
opinião de Marco Varela, o desenvolvimento dos Açores “passa pelo
aumento dos salários e pensões, formação profissional, trabalho com
direitos, o reforço dos apoios aos micro, pequenos e médios empresários,
e à produção”.Os comunistas consideram
ainda que o Plano e Orçamento regional para o próximo ano apresentado
pelo Governo de coligação PSD/CDS-PP/PPM “é, mais uma vez, um enunciado
de intenções, que pretende agradar a todos os partidos que o possam
manter no poder”.“É um Plano e Orçamento
de continuidade e, a partir desse pressuposto, é fácil prever que os
açorianos, que já não viram respostas aos seus problemas em 2022, 2023 e
2024, assim vão continuar”, disse o coordenador regional do PCP.Para
o partido, o executivo regional liderado pelo social-democrata José
Manuel Bolieiro, “insiste e persiste numa política de baixos salários,
precariedade laboral, insuficiente formação profissional e excessiva
carga horária”.Ainda na opinião dos
comunistas, o Governo mantém a orientação de privatizar a SATA
Internacional - Azores Airlines, desvaloriza a agricultura e as pescas e
insiste em privilegiar o turismo, sem “antever as consequências
económicas catastróficas desta nova monocultura volátil e arriscada por
natureza, sem sequer acautelar os equilíbrios ambientais e paisagísticos
das ilhas”.O Orçamento dos Açores para
2025, que define as linhas estratégicas do executivo de coligação
PSD/CDS-PP/PPM para o próximo ano, atinge os 1.913 milhões de euros, dos
quais cerca de 819 milhões são destinados aos investimentos previstos
no Plano.O parlamento açoriano inicia na segunda-feira o debate do Plano e Orçamento Regional para 2025.O
parlamento dos Açores é composto por 57 deputados, 23 dos quais da
bancada do PSD, outros 23 do PS, cinco do Chega, dois do CDS-PP, um do
IL, um do PAN, um do BE e um do PPM.