PCP/Açores diz que "empresas estratégicas devem ser públicas"
27 de mai. de 2020, 14:30
— Lusa/AO Online
"Se algumas conclusões
se podem tirar dos efeitos desta pandemia, uma delas será a necessidade
de rever as posições que o Governo Regional detém na EDA. É preciso e
necessário que uma empresa como a EDA seja pública e esteja ao serviço
da região, é necessário iniciar-se esse processo de aquisição da parte
que está na posse de capital privado", sublinha o PCP/Açores, em nota
enviada à imprensa.A empresa de eletricidade dos Açores é detida em 51% pela região e em 49% por privados.Segundo
a direção regional do PCP (DORAA), a retoma da economia requer
"investimento público, em primeiro lugar, para relançar a economia e
estimular o investimento privado", mas "para haver também investimento
privado é preciso que as empresas não sejam descapitalizadas"."É
necessário garantir que setores estratégicos da economia estejam sob
controlo público, ao serviço da região e não dos lucros. O PCP/Açores
defende e considera prioritário que se estabeleçam opções claras para
que não sejam distribuídos os dividendos da EDA e se criem as condições
necessárias para que a mesma seja 100% pública e ao serviço da região",
lê-se na nota de imprensa da DORAA.No
momento em que "os trabalhadores veem os seus rendimentos reduzidos e os
pequenos empresários fazem grandes esforços para que as suas empresas
consigam sobreviver", os comunistas entendem que "não faz sentido a
distribuição de dividendos pelos acionistas da EDA"."Temos
exemplos de como os grupos económicos mantêm as suas benesses
intocadas. Disso é exemplo a distribuição de 16,5 milhões euros aos
acionistas da EDA, por um lado, e, por outro, a empresa ter de se
endividar para fazer face a investimentos que serão necessários realizar
no próximo ano", aponta o partido, liderado na região por Marco Varela.O
PCP defende que os dividendos “sejam aplicados nos investimentos que é
necessário realizar e se reflitam na diminuição da fatura paga pelos
açorianos"."As respostas encontram-se no
serviço nacional e regional de saúde, no ensino público, na segurança
social pública, no setor público empresarial regional, como a EDA, o
grupo SATA (transportadora aérea açoriana) e a conserveira de Santa
Catarina", frisa o PCP/Açores.O partido
reforça ainda que "as respostas que são necessárias dar para a retoma da
economia regional, seja na educação, na solidariedade social, no
fornecimento de energia, nos transportes aéreos, no setor energético,
neste contexto como em qualquer outro, na saúde, dependem do Estado".