PCP/Açores defende aumentos no acréscimo ao salário mínimo e remuneração complementar
26 de jul. de 2022, 14:35
— Lusa/AO Online
“É
notória a falta de medidas e respostas ao aumento do custo de vida na
região, por parte do Governo Regional de coligação de direita
(PDS/CDS-PP/PPM) com o apoio parlamentar da extrema-direita (Chega e
Iniciativa Liberal). Estão criadas as condições para a perda do poder de
compra e para o aumento da exploração e das desigualdades”, alerta, em
comunicado, a Organização da Região Autónoma dos Açores do PCP.Para
a estrutura regional do partido, “estão criadas as condições para a
perda do poder de compra e para o aumento da exploração e das
desigualdades”.Na segunda-feira, o Governo
dos Açores revelou que vai “estudar um aumento da remuneração
complementar” da função pública e voltar a mexer no Imposto sobre os
Produtos Petrolíferos (ISP) para “atenuar os custos” dos combustíveis,
com reflexos “já em agosto”.A informação
foi transmitida pelo secretário regional das Finanças no fim de uma
reunião do Conselho Permanente de Concertação Social do Conselho
Económico e Social dos Açores (CESA). Para o PCP/Açores, “os trabalhadores confrontam-se com um tal aumento do custo de vida que empobrecem a trabalhar”. “A
desregulação dos horários de trabalho é outro grave problema, com
consequências pesadas para as vidas pessoais e no acompanhamento à
própria família”, observa. O PCP alerta
que “os trabalhadores açorianos são frequentemente forçados a
submeterem-se a todo o tipo de condições, incluindo o alargamento de
horários e a polivalência de funções”. “Neste
quadro, vários postos de trabalho acabam por ser ocupados por apenas um
trabalhador, que não recebe maior compensação pelo esforço a que é
obrigado. Além disso, são óbvios os efeitos destas medidas no que ao
desemprego regional diz respeito”, lamenta. Para
o partido, “no discurso, o Governo Regional gaba-se de combater as
dificuldades regionais, mas, na prática promove a desregulamentação de
horários, o desrespeito pelos dias de descanso e a precariedade”. Os
comunistas consideram que a precariedade está a generalizar-se na
própria administração pública regional, por o recurso aos programas
ocupacionais ser transversal a todas as secretarias.“Por
isso, os concursos e as vagas vão sendo abertos timidamente. Além
disso, as vagas são manifestamente insuficientes para as necessidades”,
criticam, considerando que o executivo “nada faz para resolver os
problemas sociais e económicos crónicos”. “As
promessas de mudança não se concretizam, pelo contrário, agravam-se as
causas de uma precariedade que perdura, governo após governo, sem
existir sequer uma reflexão sobre as medidas estruturantes necessárias
para alterar a situação”, observam.Referindo-se
a uma reunião realizada na quinta-feira com a CGTP/Açores, o PCP diz
que “continuam a ser negligenciadas medidas que contribuiriam para o
bem-estar de todos os açorianos”, como o reforço dos meios da inspeção
de trabalho, a negociação do contrato coletivo de trabalho com algumas
Câmaras do Comércio e a formação profissional. “Se
este governo quiser passar do seu discurso floreado à prática, deverá
concentrar-se no que é absolutamente vital para a região: o combate à
precariedade”, é defendido na nota.O PCP
aponta como “prioridade o combate à precariedade”, defendendo-o como
“única garantia para um desenvolvimento equilibrado e justo da Região
Autónoma dos Açores”.