PCP/Açores defende aumento de recursos para o Serviço Regional de Saúde
19 de mai. de 2022, 16:54
— Lusa/AO Online
Numa conferência de imprensa
realizada no Corvo, Marco Varela considerou que a situação criada na
Unidade de Saúde da ilha "é elucidativa que para este Governo Regional
do PSD, CDS e PPM, apoiados pela extrema-direita, há coisas mais
importantes do que as necessidades das pessoas que vivem nos Açores”.O
executivo açoriano exonerou, no dia 14 de maio, o médico António
Salgado de presidente do conselho de administração da Unidade de Saúde
de Ilha do Corvo, cargo para o qual tinha sido nomeado em dezembro de
2020 (já pelo atual executivo) por um período de três anos.No
mesmo dia, foi nomeado para o cargo o médico Paulo Margato, que
concorreu pelo PPM nas últimas eleições legislativas regionais.Posteriormente,
o secretário Regional da Saúde, Clélio Meneses, rejeitou que o líder do
PPM/Açores, Paulo Estêvão, tenha tido qualquer interferência na
decisão, mas António Salgado atribuiu a decisão ao deputado regional
monárquico, que acusou de se portar como “dono disto tudo”.Entretanto,
a população do Corvo já saiu à rua numa manifestação de apoio ao médico
e está a decorrer um abaixo-assinado na ilha a pedir a manutenção de
António Salgado em todos os cargos que ocupava (médico, delegado de
saúde e presidente do conselho de administração).“As
chantagens às quais o presidente do Governo está sujeito já não vêm só
dos seus apoios de incidência parlamentar - Chega e Iniciativa Liberal -
mas sim do seio da própria coligação governativa”, disse hoje Marco
Varela.O dirigente comunista referiu que
“ficou perfeitamente claro que, na lista de prioridades” do executivo
regional, “os corvinos, o seu bem-estar e o seu direito à saúde podiam
ser sacrificados no interesse das agendas pessoais”.De
acordo com o líder do PCP/Açores, existirão agora “dois médicos no
Corvo para 380 utentes, um para tratar de papelada e outro para exercer
medicina, quando faltam médicos de família em várias ilhas”.Os
comunistas defendem um Serviço Regional de Saúde “público, sustentável,
com qualidade, que dê segurança e contribua para a melhoria dos níveis
de saúde” e exigem “uma profunda reformulação das políticas seguidas até
aqui”. Das 11 “medidas urgentes”
defendidas pelo PCP/Açores, os comunistas destacam “o aumento de
recursos e meios para o Serviço Regional de Saúde, para garantir o
direito à saúde de todos os açorianos”.A
“valorização dos trabalhadores, médicos, enfermeiros, auxiliares,
assistentes operacionais e assistentes técnicos, pelas suas capacidades e
competências, mas também pelo seu profundo conhecimento das populações e
dos seus problemas e necessidades de saúde” constitui outra das medidas
defendidas pelo PCP/Açores.