PCP/Açores considera “inaceitável” reforma curricular proposta pelo Governo Regional
31 de mai. de 2019, 10:26
— Lusa/AO Online
"Apenas com uma intenção
economicista, esta proposta pretende a redução de custos com pessoal
docente, degradando as condições de ensino e sobrecarregando ainda mais
os professores e os alunos dos Açores, o que é inaceitável", apontou o
dirigente comunista, em conferência de imprensa na Horta.A
proposta apresentada pelo gabinete de Avelino Meneses, secretário
regional da Educação e Cultura, pretende introduzir alterações aos
currículos das escolas, que vão passar a decidir se querem ou não
disciplinas trimestrais ou semestrais, aulas de 45, 50 ou 60 minutos e
diferentes cargas horárias para os alunos."Para
o PCP/Açores, é inconcebível que uma proposta desta natureza, que
implica mudanças estruturais em todo o sistema educativo regional, tenha
sido apresentada no mês de abril, com a intenção de ser aplicada em
setembro", criticou Marco Varela, lamentando que o executivo não tenha
ouvido, previamente, toda a comunidade educativa a este propósito.Paula
Decq Mota, dirigente comunista e professora, lembrou, na ocasião, que a
Assembleia Legislativa dos Açores, que está a apreciar a proposta do
Governo, pediu pareceres às escolas e aos sindicatos e que, dos 42
pareceres recebidos até à data "apenas dois são favoráveis a esta
reforma educativa"."Os restantes 40 são contra", sublinhou."Uma
reforma curricular desta natureza não pode ser tomada no prazo de um
mês", advertiu Paula Decq Mota, recordando que as escolas "não têm tempo
para implementar todas estas alterações", sobretudo no final de um ano
letivo, numa altura em que os docentes estão a preparar as notas dos
alunos e também os exames nacionais.Por
tudo isto, Marco Varela apela aos professores dos Açores para que
"lutem" contra esta intenção, manifestado o seu desagrado relativamente à
proposta do Governo Regional, que deverá ser discutida e votada em
plenário, na Assembleia Regional, já na próxima semana.Recorde-se
que, já esta semana, os deputados do PSD e do PPM criticaram também, em
comunicado, a pressa com que o executivo açoriano estava a preparar a
implementação da reforma curricular nos Açores, apelando ao Governo para
que adie a votação do diploma e permita uma discussão mais vasta sobre
este modelo.O secretário regional da
Educação e Cultura não vê, no entanto, razões para tamanha contestação e
já lembrou publicamente que este novo modelo curricular está em vigor
nos Açores, desde o ano passado, de forma experimental em algumas
escolas, e "com sucesso", garantindo que o modelo tem sido discutido
dentro e fora das escolas.