“O
nosso entendimento, não pode ser outro, senão o da compreensão de que a
paz não é um [dado] adquirido, é uma conquista dia a dia”, declarou o
líder do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) na cerimónia de assinatura
dos protocolos de implementação do Referencial de Educação para a
Segurança, a Defesa e a Paz com a Região Autónoma dos Açores, que foi
presidida pela ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras.Por
isso, defendeu, importa “juntar à cultura da tolerância, à cultura da
integração, à cultura da compreensão da pluralidade cultural e
civilizacional, a razão da paz e da convivência, que impõe, propõe, uma
cultura de ação, e não apenas de contemplação de uma conquista”.“A
História tem-nos ensinado que, por ciclos, temos paz e guerra”,
salientou o líder do executivo açoriano, numa intervenção na cerimónia,
que decorreu no Palácio da Conceição, em Ponta Delgada, São Miguel, e
que contou também com a presença do secretário de Estado da
Administração Local e Ordenamento do Território, Carlos Miguel.Na
intervenção, José Manuel Bolieiro alertou ainda que quando em tempo de
paz se negligencia o esforço na sua conquista e manutenção, corre-se “o
risco de acelerar o ciclo da guerra”.Numa
referência ao recente ataque em território israelita, o social-democrata
considerou igualmente ser ainda mais adequada a cerimónia hoje
realizada para implementação do Referencial de Educação para a
Segurança, a Defesa e a Paz com a Região Autónoma dos Açores.“Eu
creio que damos este sinal hoje. E os Açores, nesta projeção atlântica
de Portugal, nesta identidade cosmopolita, apesar da ultraperiferia do
isolamento e da distância, sermos como queremos ser, uma centralidade de
princípios, de valores, de alerta, de tolerância e de inclusão”,
acrescentou.A implementação do Referencial
de Educação para a Segurança, a Defesa e a Paz vai ser reforçada nas
escolas dos Açores a partir do ano letivo de 2024/2025, através dos
protocolos hoje estabelecidos entre o Governo da República, o Governo
Regional dos Açores e os 19 municípios da região autónoma. “Desde
2016, já foram estabelecidos 156 protocolos por todo o país (inclui
aqueles assinados hoje), possibilitando a inúmeros jovens de todos os
ciclos de ensino um contacto com os temas da segurança, da defesa
nacional e da paz numa perspetiva integrada e holística, ligando
conhecimentos de natureza curricular e valores de uma cultura de
segurança e paz”, segundo as entidades envolvidas no projeto.Os temas são abordados por professores e alunos no espaço da escola, no contexto da educação para a cidadania.No
âmbito da iniciativa, o Instituto da Defesa Nacional, em coordenação
com a Direção-Geral da Educação, já formou 939 professores e educadores
(715 mulheres e 224 homens) nos últimos sete anos.