Paulo Rangel integra delegação de eurodeputados que vai avaliar crise na Venezuela
17 de fev. de 2019, 15:39
— Lusa/Ao online
Em declarações à Lusa, Paulo Rangel disse que é seu objetivo avaliar ainda a situação da comunidade portuguesa.“O nosso objetivo é de facto ter bastante informação e uma informação mais detalhada sobre a situação no terreno”, referiu sexta-feira à Lusa, em declarações via telefone, o também vice-presidente do grupo parlamentar do Partido Popular Europeu (PPE) e um dos promotores desta delegação, que também integra, entre outros elementos, os outros dois vice-presidentes, o espanhol Esteban González Pons e a holandesa Esther de Lange.Para tal, segundo Paulo Rangel, a delegação deste grupo parlamentar (o maior grupo político do Parlamento Europeu), que estará na Venezuela até terça-feira, já tem encontros confirmados com todos os grupos parlamentares com representação na Assembleia Nacional (parlamento venezuelano) e com o presidente daquele órgão legislativo e autoproclamado Presidente interino venezuelano, Juan Guaidó.O encontro com Guaidó está agendado para terça-feira.“Também pedimos um encontro com responsáveis do governo [do Presidente Nicolás] Maduro. (…) O ‘feedback’ que tivemos foi apenas este: havia disponibilidade de princípio, mas estava sob avaliação”, disse Rangel.O governo venezuelano tem insistido em negar a existência de uma crise humanitária no país e tem dito que não permitirá a entrada de ajuda na Venezuela.A ajuda humanitária fornecida pelos Estados Unidos, que inclui alimentos e medicamentos, está retida atualmente na cidade fronteiriça colombiana de Cúcuta.A dia 31 de janeiro, o PE reconheceu Guaidó como Presidente interino legítimo da Venezuela, à semelhança da maioria dos países da UE, e na sequência da posição assumida pelos Estados Unidos.Paulo Rangel indicou ainda que uma das suas prioridades nesta deslocação será também a comunidade portuguesa, existindo diligências para contactos diretos com os portugueses e com os lusodescendentes residentes na Venezuela, estimados em cerca de 300 mil.A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já 40 mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou mais de 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.