Paulo Portas defende que Vítor Constâncio devia demitir-se

Nacionalização do BPN

4 de nov. de 2008, 15:36 — Lusa/AOonline

“Nada nos garante que [o Governador do Banco de Portugal] não volte a falhar porque não reconhece os seus erros, não faz supervisão e do nosso ponto de vista devia sair do seu cargo. A nosso ver é uma medida de regeneração do sistema cuja credibilidade está a ser afectada”, defendeu Paulo Portas, em conferência de imprensa.     Após o anúncio da nacionalização do BPN no domingo, o CDS-PP disse que iria requerer a presença de Vítor Constâncio no Parlamento para mais esclarecimentos sobre a forma como o Banco de Portugal actuou, enquanto supervisor, no caso do Banco Português de Negócios.     Hoje, Paulo Portas disse que continua a querer ouvir as eventuais explicações de Vítor Constâncio no Parlamento mas acrescentou que desde já “fica claro” a posição do CDS de que “o Governador do Banco de Portugal já devia ter feito um exame de consciência”.     “O Banco de Portugal deve ter uma actividade inspectiva preventiva e não meramente reactiva. Deve poupar o país ao agravamento de práticas inaceitáveis. Não foi isso que sucedeu no BPN e já não tinha acontecido com o BCP”, afirmou Paulo Portas.     O líder do CDS-PP criticou “o silêncio geral do bloco central” sobre o assunto e disse que uma economia de mercado precisa de “um regulador que seja actuante e corajoso em vez de aceitar o princípio do Dr. Vítor Constâncio de que só intervém quando tem `administrações colaborantes´”.     Na conferência de imprensa, Paulo Portas aproveitou para criticar a líder social-democrata, Manuela Ferreira Leite, que defendeu que o Governo deve um pedido de desculpas ao PSD por ter rejeitado a proposta do seu partido para o pagamento das dívidas do Estado às empresas.     “Ouvi a líder do PSD. E se há mérito a ser reconhecido a algum partido é ao CDS-PP”, disse.