Patrícia Sampaio volta com “turbilhão de emoções” e receção calorosa
Paris2024
5 de ago. de 2024, 16:35
— Lusa/AO Online
“Agora
ainda é um turbilhão de emoções que vai na minha cabeça e no coração.
Uma pessoa treina muito para chegar a este momento, mas nunca nos
preparamos para o que vem a seguir. Claramente não estava preparada para
esta receção calorosa, mas ainda me estou a começar a habituar à ideia
de que concretizei um sonho de criança”, expressou a judoca lusa aos
jornalistas, no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.A
Sociedade Filarmónica Gualdim Pais, o seu clube de sempre, veio ‘em
peso’ rumo à capital, vinda de Tomar, para acarinhar a medalhada
olímpica, que não esperava esta receção “avassaladora”, que a deixa com
imensa gratidão e que lhe “enche o coração”.“Foi
a minha primeira medalha nestes oito meses do ano e foi preciso muita
coragem e resiliência para ‘bater na trave’ todas as vezes e, mesmo
assim, continuar a acreditar e a trabalhar. Valeu muito a pena. Falhei
várias medalhas, mas concretizei o meu sonho maior”, afirmou a judoca
tomarense, de 25 anos, que já tinha estado em Tóquio2020.O
voo que trouxe Patrícia Sampaio aterrou às 21:17, ainda três minutos
antes da hora prevista, e apenas saiu do aeroporto por volta das 23:15,
tal não foram os requisitos de fotografias e autógrafos, face à
quantidade de familiares e amigos que a aguardavam.“Acho
que era notória a tranquilidade com que eu estava naquela semana, para
quem me conhece bem. Sentia-me realmente muito tranquila, a aproveitar
tudo o que havia para fazer e a desfrutar da Aldeia Olímpica. Eu não
estava com aqueles nervos que por vezes tenho e que me congelam. Só
queria aproveitar estar ali e estava extremamente feliz com a
oportunidade que estava a ter”, contou sobre o estado de espírito em
Paris.Patrícia Sampaio fez um percurso
quase imaculado durante toda a competição, apenas saindo derrotada nas
meias-finais perante a italiana Alice Bellandi, que viria a sagrar-se
campeã olímpica, superando até uma judoca francesa, com bastante apoio
do público.“Antes dos combates, às vezes
penso em coisas aleatórias, mesmo para conseguir fugir da questão dos
nervos. Tentei ao máximo limpar a minha mente. Quando passávamos no
corredor para entrar no combate, era um barulho ensurdecedor. Eu
trabalhei muito para estar mentalmente preparada para isso, simplesmente
conseguia fechar os olhos e parecia que abafava esse som. Imaginava só
nas estratégias que tinha de ter”, frisou.A
judoca entrou para a ‘eternidade’ do desporto português, uma ideia que
ainda não assimilou, pois é “um peso muito grande”, mas apontou que se
vai “habituar à ideia”.Patrícia Sampaio
alcançou a 29.ª medalha olímpica do desporto português, a primeira na
presente edição dos Jogos, sendo o quarto bronze do judo português no
evento, após as medalhas de Nuno Delgado (Sydney2000, em -81 kg), Telma
Monteiro (Rio2016, em -57 kg) e Jorge Fonseca (Tóquio2020, em -100 kg).