Patrícia Mamona “nas nuvens” quer aproveitar o momento com os mais próximos
Tóquio2020
2 de ago. de 2021, 11:56
— João Pedro Simões/Lusa/AO Online
“Estou com a adrenalina da prova.
Sei que a medalha vai chegar, só se houver algum desastre natural.
Agora só quero contactar as pessoas mais importantes, que contribuíram
muito para este feito. Só penso nisso. Na minha família e no meu
treinador [José Uva], que está ali fora à minha espera, empolgado, muito
emocionado, porque foi um trabalho de equipa”, afirmou Mamona, ainda no
Estádio Olímpico, na conferência de imprensa das medalhadas no triplo
salto.Ao lado da venezuelana Yulimar
Rojas, campeã olímpica, bicampeã mundial e recordista do mundo, e da
espanhola Ana Peleteiro, terceira classificada,
Patrícia Mamona assumiu a estranheza com o sucesso.“Tenho
a certeza de que todas as finalistas sonhávamos estar no pódio, com uma
medalha. Eu também sonhava, sabia que podia e que ia ser capaz, apesar
de saber que a competição ia ser dura”, reconheceu.Como
vantagem, na sua terceira presença olímpica, depois do sexto lugar no
Rio2016 e do 13.º posto em Londres2012, a atleta do Sporting tinha um
foco diferente: “Era a primeira vez que estava apenas focada em saltar
muito, conseguir ganhar uma medalha ou conseguir ou não o recorde
nacional, queria saltar muito. Fui muito feliz, estou nas nuvens, acho
que não vou conseguir dormir”.Patrícia
Mamona reconheceu que a conquista da medalha é “um momento bastante
histórico para Portugal, para o atletismo e para o atletismo feminino”,
numa disciplina em que Nelson Évora já se sagrou campeão olímpico, em
Pequim2008.No Estádio Olímpico, a
portuguesa, de 32 anos, bateu duas vezes o recorde nacional, melhorando a
marca em 35 centímetros, para 15,01 metros, de ter demorado cinco anos
para fixar o registo em 14,66 metros, no passado dia 09 de julho.“Estou
feliz por ter trabalhado muito por isso, no fim do dia sei que fiz tudo
e agora vou desfrutar, ainda por cima fiz 15 metros. Demorei cinco anos
para melhorar um centímetro ao recorde e agora consegui. Não sei se vou
conseguir dormir, mas vou aproveitar tudo e todo o carinho que me têm
dedicado. Estou desejosa por falar com os portugueses, que foram muito
importantes para conseguir saltar muito”, realçou.Mamona
assegurou a segunda medalha da Missão de Portugal a Tóquio2020,
depois de o judoca Jorge Fonseca ter conquistado o bronze na categoria
-100 kg.