Passos Coelho assinala “agudíssimo sentido de serviço cívico”
Óbito/Sampaio
11 de set. de 2021, 21:55
— Lusa /AO Online
Pedro Passos Coelho (PSD) chegou ao final da tarde ao picadeiro real, em Lisboa, onde decorre hoje o velório de Jorge Sampaio, tendo entrado com a antiga presidente da Assembleia da República Assunção Esteves e o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais.“Recordo não apenas uma pessoa de uma extrema afabilidade e simpatia, mas sobretudo uma pessoa muito empenhada quer no plano nacional quer no plano internacional com objetivos de natureza cívica”, elogiou, em declarações aos jornalistas, ainda na fila para prestar homenagem a Jorge Sampaio.O antigo chefe de Estado, nas palavras de Passos Coelho, “tinha um agudíssimo sentido de serviço cívico que lhe valeu um reconhecimento internacional também muito grande”.“A sua memória, com certeza, é uma memória que deixará saudades no país”, enfatizou, considerado tratar-se “de uma figura muito relevante da política portuguesa”.O ex-primeiro-ministro fez questão de “dar conta da estima e da imensa consideração” que tinha pela figura de Sampaio.Questionado sobre o facto de Sampaio nem sempre ter sido consensual para governos do PSD, Passos Coelho respondeu que “há tempo para se falar das coisas”, não sendo este o momento para isso.“As pessoas são pessoas no seu todo. Todos temos coisas no nosso passado que são mais polémicas, outras são menos. Não é isso que sobressai hoje e não seria isso seguramente que eu gostava de se fazer sobressair no comentário que haveria de fazer quando venho prestar uma homenagem à sua memória”, afirmou.Já Assunção Esteves recordou que conheceu Jorge Sampaio quando fez o estágio de advocacia e que tinha o antigo Presidente da República como um homem “que ligava o coração ao pensamento” e que “esse é o futuro”.“O mundo só mudará quando começarmos a ligar o coração ao pensamento e quando as pessoas têm um poder como ele teve nas muitas funções que exerceu, isso acaba por ter um efeito multiplicador e não é por acaso que estão aqui tantas pessoas”, enalteceu.Por seu turno, Isaltino Morais disse que Sampaio “foi democrata antes de Portugal ser uma democracia” e que foi “alguém que ao longo dos anos se constituiu como referência”, razão pela qual quis prestar homenagem ao legado do antigo chefe de Estado.Jorge Sampaio, antigo secretário-geral do PS (1989/1992) e Presidente da República (1996/2006), morreu na sexta-feira aos 81 anos, no Hospital de Santa Cruz, Carnaxide, Oeiras, onde estava internado desde 27 de agosto, na sequência de dificuldades respiratóriasO Governo decretou três dias de luto nacional, entre sábado e segunda-feira, e cerimónias fúnebres de Estado.