Autor: Lusa/AO Online
“Tendo a pessoa concluído a vacinação e passados 14 dias após a vacinação concluída, essa
informação passa a constar no certificado e, no caso da vacinação
concluída, dispensa o teste [à infeção por SARS-CoV-2, que provoca a Covid-19]. Quanto a quem tiver teste, o resultado desse teste passa a
estar no certificado, dentro do período em que é válido, que são as 72
horas”, adiantou hoje o diretor regional da Saúde, Berto Cabral, numa
conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.
Portugal
começou a emitir os certificados digitais de vacinação contra a Covid-19, na quarta-feira, e já é possível pedir no portal do SNS24,
além deste, os certificados de teste PCR e de recuperação e, segundo
Berto Cabral, os Açores tiveram esta semana “resposta positiva por parte
da Direção-Geral da Saúde e dos serviços partilhados do Ministério da
Saúde para que houvesse integração dos dados da vacinação ocorrida na
Região Autónoma dos Açores nos sistemas nacionais”.
O
sistema de verificação desses certificados, através de uma aplicação
móvel de leitura, está em fase de conclusão de testes-piloto, sendo que,
de acordo com o Regulamento Europeu do Certificado Digital, os sistemas
europeus de verificação devem estar todos em vigor a partir do dia 01
de julho.
“O processo está a decorrer como
desejável. Até ao dia 01 de julho, que é a data prevista oficial para o
início do certificado, a região conta que todos os registos já estejam
integrados e que todos os açorianos possam ter acesso ao certificado”,
disse Berto Cabral.
Os Açores exigem um
teste de despiste do novo coronavírus que provoca a Covid-19 a quem
chegue de fora da região, nas 72 horas anteriores à viagem ou à chegada,
assegurando o seu custo, quando realizado em laboratórios
convencionados em território nacional ou pelos serviços de saúde
regionais.
É também exigido teste aos
passageiros com saída da ilha de São Miguel (a única com transmissão
comunitária identificada) para outra ilha e, em ambos os casos, é
necessário repetir a análise seis dias depois da primeira.
Segundo
Berto Cabral, o número de testes realizados nos laboratórios de
referência da região têm vindo a aumentar com o crescimento do turismo.
“Há
muito mais turismo efetivamente este ano. Pode não ser ainda nos níveis
ideais ou nos níveis fora da pandemia, mas já vínhamos percebendo que,
de facto, está a aumentar”, observou.
A
região “tem tido dias de 2.500 a 3.000 testes, muito por via dos testes
feitos à chegada e do aumento de testes de 6.º dia”, salientou.
Em
São Miguel, há laboratórios convencionados que estão a ter dificuldades
para dar resposta aos pedidos de análises ao SARS-CoV-2, com o aumento
da procura da tarifa que permite viajar entre ilhas por 60 euros (ida e
volta), mas Berto Cabral garantiu que ninguém será impedido de viajar.
“Não
é desincentivar o teste na origem. É importante que as pessoas o façam
na origem, mas ninguém ficará impedido de viajar se não conseguir fazer o
teste, podendo fazer à chegada à ilha de destino. Não causa implicações
ao nível da deslocação das pessoas, uma vez que há uma alternativa”,
frisou.
Questionado sobre as estirpes do
novo coronavírus em circulação nos Açores, Berto Cabral disse que já
foram enviadas amostras para o Instituto Nacional de Saúde doutor
Ricardo Jorge, admitindo ser “expectável” que possam vir a comprovar a
presença da variante Delta.
“Havendo já no
continente português transmissão comunitária da variante Delta, é normal
que acabe por chegar à Região Autónoma dos Açores”, apontou.