Partidos unânimes sobre necessidade de consenso acerca da base das Lajes
26 de mar. de 2015, 16:06
— Lusa/AO online
Na discussão dos projetos de resolução apresentados pela maioria PSD/CDS-PP, PS, BE e PCP com recomendações ao Governo para minimizar os efeitos da redução de pessoal civil, o deputado democrata-cristão Filipe Lobo D'Ávila acabou por 'abalar' o aparente consenso que se estava a gerar, sustentando que apesar do seu partido estar de acordo com a relevância do problema, não pode acompanhar "o teor e finalidade" de alguns considerandos incluídos nos diplomas da oposição.Como exemplo, o deputado do CDS-PP apontou a leitura que os 'bloquistas' fazem no seu projeto de resolução sobre "a inoperância diplomática e ausência de esforços" do Governo para encontrar alternativas que minimizem a decisão dos Estados Unidos da América de reduzir o pessoal civil da base aérea das Lajes e a proposta socialista para que se desenvolvam todas as diligências para que o Centro de Segurança Marítima para o Golfo da Guiné seja instalado na Praia da Vitória.Apesar das críticas, Filipe Lobo D'Ávila concluiu a sua intervenção dizendo não fazer sentido que numa matéria como esta não seja possível todos os grupos parlamentares chegarem a um entendimento e a um texto comum."Esse esforço deve ser feito por todos", apelou.Imediatamente a seguir, o deputado do PSD António Rodrigues preferiu enfatizar o facto de raras vezes se assistir no plenário a "um consenso tão alargado", manifestando a disponibilidade da sua bancada para chegar a "um resultado positivo" para o país e para os Açores."Todos temos de cultivar uma conjugação de esforços, está ao nosso alcance assumirmos uma posição comum, o que terá um profundo significado político", tinha já dito o deputado social-democrata Carlos Costa Neves, no início do debate.Depois deste primeiro apelo do PSD para que se chegue a uma posição comum entre todas as bancadas parlamentares, a oposição não 'fechou a porta' a entendimentos, com o deputado socialista Carlos Enes a assegurar que o PS está "aberto ao diálogo e a plataformas de consenso" e sublinhar que este tem de ser "o tempo da ação e da execução de medidas concretas".Pelo PCP, o deputado António Filipe exigiu igualmente "muita atenção" do Estado português ao problema da base das Lajes, concordando que este não é o momento de entrar em confronto com os Estados Unidos da América, mas de assumir firmeza nas negociações."É preciso uma atuação firme no plano diplomático nas negociações, uma conjugação de esforços a todos os níveis", reclamou, subscrevendo os apelos para que se "procure o máximo consenso entre todas as bancadas parlamentares" de modo a que seja possível chegar a um texto comum.A posição mais crítica para o Governo português veio da bancada do BE, com a deputada Mariana Aiveca a condenar o "desleixo total" do executivo, que não acompanhou o problema "como devia e, por isso, tem as suas responsabilidades" no caso.Mariana Aiveca reconheceu, porém, que agora o importante é discutir o futuro e resolver os problemas que existem no terreno.