Partidos reconhecem importância da prevenção no combate às dependências nos Açores
4 de jun. de 2025, 14:17
— Lusa/AO Online
“O
mundo das drogas é uma tragédia que não podemos ignorar e que bate à
porta de inúmeras famílias açorianas”, disse no parlamento
regional, na Horta, o líder parlamentar do Chega, José Pacheco, na
abertura do debate de urgência pedido pelo partido sobre “O combate às
dependências químicas e tecnológicas: o que temos feito ou podemos
fazer?”.Segundo Pacheco, as recentes
drogas sintéticas “são baratas, fáceis de esconder, difíceis de
penalizar” e estão a espalhar-se pelas ilhas do arquipélago “com
consequências devastadoras. Estão a destruir vidas, famílias,
comunidades inteiras”.Para o líder
parlamentar do Chega, “é preciso agir em várias frentes, em várias
áreas”. Na saúde, defendeu “ferramentas para prevenir, diagnosticar e
tratar” e, na educação, apontou a promoção de estilos de vida saudáveis.O
parlamentar também colocou algumas questões ao executivo regional:
"Onde está o tão falado plano de prevenção às dependências?", "Que
medidas concretas estão a ser tomadas para combater as dependências
químicas e tecnológicas?", "O que temos feito para envolver as famílias e
as comunidades neste combate?", "Qual o grau real de envolvimento dos
agentes desportivos e culturais?" e "Que avaliação tem sido feita sobre o
uso de metadona nos açores?".Seguiram-se
intervenções de várias bancadas, com o deputado socialista Russell Sousa
a defender “políticas públicas que respondam com dignidade, humanidade e
eficácia” a quem tem comportamentos aditivos e dependências.O
PS entende que “é importante avançar para a criação de um Plano
Regional para o Combate às Novas Substâncias Psicoativas, porque estas
substâncias, muitas vezes produzidas em laboratórios clandestinos e
comercializadas como aparentemente legais ou inofensivas, têm ganhado
terreno nos Açores, sobretudo entre os jovens”.Já
a líder parlamentar socialista, Andreia Cardoso, defendeu que
“conseguir pôr todos a trabalhar em rede” é o grande papel do Governo
Regional (PSD/CDS-PP/PPM) no combate ao problema.Para
Jaime Vieira (PSD), o assunto “exige mais do que promessas e boas
intenções”, nomeadamente “políticas públicas robustas”, sublinhando que o
executivo de coligação assumiu o combate como “uma prioridade”.O
parlamentar social-democrata acrescentou que as dependências não
escolhem ilhas, nem distinguem ricos e pobres, sendo “precisamente por
isso que a resposta tem de ser coletiva, forte, musculada e, acima de
tudo, com muita humanidade”. Pedro Pinto
(CDS-PP), salientou que os programas de prevenção “devem ser o pilar
central na luta contra as dependências” e lembrou que o executivo tem
aplicado medidas concretas que têm apresentado resultados positivos.Também
João Mendonça (PPM) assumiu que o combate “não passa só pela
autoridade, precisa de educação, respeito e acolhimento”. “Reconhecemos
que este governo assumiu desde o início esta prioridade”, disse,
reconhecendo que os resultados “levam tempo” a alcançar.Já
Pedro Neves (PAN) declarou que não culpava nem atacava o executivo
relativamente às dependências, por ser um problema “demasiado grave para
a sociedade” e não se conseguir resolver de “forma leviana”.O
parlamentar do BE António Lima afirmou que as questões ligadas às
dependências “são sensíveis” e necessitam de “uma abordagem séria e
correta”.Também admitiu que na região
existem “problemas sérios” e é “mais do que tempo de se aproximarem os
serviços de saúde dos consumidores”.Por
sua vez, Nuno Barata (IL) considerou que a prevenção é mais importante
do que o tratamento, apontando que este “é o último recurso, é o fim da
linha”.Na sua opinião, o trabalho na prevenção “cabe a todos”: “Não é um assunto de fácil solução, mas deve envolver toda a sociedade”.