Partidos não desistem de campanha de rua com medidas para evitar contágios
Legislativas
5 de jan. de 2022, 18:59
— Lusa/AO Online
Apesar de os partidos políticos
não estarem abrangidos pelas restrições impostas pela pandemia de Covid-19, fonte oficial do PS indicou à Lusa que o partido vai
“autoimpor-se” limitações, reduzindo “o número de pessoas nas comitivas e
o número de convidados e de presenças em eventos". Segundo
a mesma fonte, não serão organizados almoços nem jantares durante a
campanha socialista, sem avançar, no entanto, se será uma campanha
maioritariamente feita na rua, dado que o programa em detalhe ainda não
foi apresentado.O PSD, pela voz do
secretário-geral, José Silvano, disse à Lusa que o modelo de campanha
será “muito parecido” ao de 2019, também sem almoços ou jantares
comício, prevendo-se que, de manhã, sejam privilegiadas visitas a
instituições ou comércios locais, com a última ação do dia centrada numa
área concreta do programa do PSD. José
Silvano salientou ainda que os sociais-democratas comprometem-se a
seguir todas as normas determinadas pela Direção Geral da Saúde (DGS)
que estejam em vigor no período em que decorre a campanha, entre 16 e 28
de janeiro. Em nota à Lusa, o Bloco de
Esquerda afirma que irá fazer as “adaptações necessárias em função da
pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde”, realçando, no entanto, que
leva “a sério a democracia” e que o partido “já deu provas de que é
possível fazer campanhas eleitorais protegendo a saúde pública”. “Nos
dias que faltam até às eleições, o Bloco estará em todo o país a
responder pela saúde, pelo trabalho e pelo clima. Não existirão almoços
ou jantares de campanha, mas os candidatos do Bloco não deixarão de
fazer campanha ao lado de quem puxa pelo país”, frisou o partido. O
gabinete de imprensa da CDU (coligação integrada pelo PCP e PEV) também
realçou que, durante a sua campanha, “serão asseguradas as medidas de
proteção sanitária, como em todos os outros momentos se verificou,
privilegiando sempre que possível o contacto direito e o diálogo com o
maior número de pessoas”.Segundo o
gabinete de imprensa da coligação, “a campanha eleitoral da CDU
procurará contribuir para uma ampla ação de esclarecimento democrático e
de mobilização para o voto”, sendo que será também feita “nas redes
sociais, onde manterá a sua presença”. Apesar
de ainda não estar fechada, a campanha do CDS será "essencialmente de
rua", prevendo-se a “tradicional volta nacional que passará por todos os
distritos do continente, sendo que Lisboa, Porto, Braga e Aveiro terá a
presença do líder do partido mais do que uma vez”. Numa
nota enviada à Lusa, o CDS refere ainda que será feita "em feiras e
mercados”, havendo “duas a três ações de campanha por dia”, com os
“comícios, almoços e jantares condicionados à evolução da pandemia”. O
PAN afirma que “já pensou a campanha” para as legislativas “numa lógica
de ajustamento à evolução da pandemia”, tendo descartado arruadas,
planeado eventos “maioritariamente ao ar livre e com uma lotação muito
restrita”, e fazer “uma forte aposta na testagem” nos meios digitais. Pela
Iniciativa Liberal, o diretor de campanha, Miguel Rangel, diz à Lusa
que o partido “não tem necessidade de fazer qualquer tipo de adaptação”
face ao recrudescimento da pandemia, “porque vai fazer a sua campanha
como tem feito sempre todas as suas ações”: “de uma forma responsável,
criativa, e com alguma evolução relativamente às tradicionais
campanhas”. “O mais importante aqui é
perceber que, de facto, este momento não pode limitar a expressão
política, a liberdade democrática. (…) Não podemos permitir é que a
pandemia seja usada (…) para esconder os verdadeiros problemas, que têm
décadas, como são os problemas sociais, os problemas de acesso aos
serviços públicos ou de estagnação económica”, realçou.O
diretor de campanha do Chega, Rui Paulo Sousa, referiu que o partido
pretende “percorrer o país inteiro” nos 14 dias de campanha, estando
sempre a “analisar os números” da pandemia e “os planos do Governo e da
DGS relativamente a eventos, ou outro tipo de situações que tenham de
ser implementados”.“À partida, o que vamos
tentar fazer durante o dia serão eventos em espaços abertos, ao ar
livre, arruadas ou algum eventual comício em espaço aberto, de maneira a
evitar um aglomerado de pessoas. (…) No que diz respeito ao final do
dia (…) aí iremos tentar fazer o habitual jantar comício, ou
eventualmente só um comício, tendo em consideração as recomendações da
DGS”, perspetivou.