Partidos gastaram mais do que previam na campanha das legislativas de 2019
21 de ago. de 2020, 13:02
— Lusa/AO Online
Segundo os documentos disponibilizados no
‘site’ da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos, PS, PSD e
Chega tiveram mais despesas do que receitas, BE, CDU, PAN e Livre
conseguiram equilibrar as contas, e CDS e Iniciativa Liberal gastaram
menos na campanha do que arrecadaram em receitas.Globalmente,
nos orçamentos entregues à mesma entidade, estes partidos tinham
previsto gastar um total de 7,6 milhões de euros, mas acabaram por
gastar 8,1 milhões.O PS, partido mais
votado nas eleições de 06 de outubro, teve um prejuízo de mais de 366
mil euros, uma vez que as receitas de 2,5 milhões de euros não chegaram
para cobrir as despesas de 2,9 milhões de euros.Face
ao que tinha orçamentado, o partido gastou mais 544 mil euros, mas
também arrecadou mais 21 mil euros do que previa em subvenção estatal.A
fatia maior destas despesas (1,4 milhões de euros) foi para comício,
espetáculos e caravanas, quando esperavam gastar 580 mil euros.Também
o PSD apresenta prejuízo nas contas da última campanha, mas no caso dos
sociais-democratas a diferença entre as receitas e as despesas foi de
2500 euros. O partido gastou um total 1,8 milhões de euros na campanha,
menos 188 mil euros do que tinha previsto, e recebeu menos 196 mil euros
do que contava em subvenção estatal.Os
sociais-democratas investiram mais dinheiro em custos administrativos e
operacionais (468 mil euros), mas as despesas com propaganda e
comunicação impressa e digital ficaram logo atrás (421 mil euros).No
caso do BE, o partido recebeu e gastou exatamente o mesmo valor – 1,3
milhões de euros. As maiores fatias da despesa destinaram-se aos
comício, espetáculos e caravanas (471 mil euros), e aos custos
administrativos e operacionais (467 mil euros).O
partido tinha previsto investir 983 mil euros nesta campanha, mas
acabou por gastar mais 316 mil. Já no que toca à subvenção, os
bloquistas receberam menos 153 mil euros do que tinham previsto.Também
a única coligação a votos, a CDU (que junta PCP e PEV), indica que
conseguiu gastar em despesas o mesmo que arrecadou em receitas, pouco
mais de um milhão de euros.PCP e PEV também gastaram menos 186 mil euros do que tinham orçamentado e encaixaram menos 342 mil euros do que tinham previsto.A
coligação gastou metade do valor total da despesa (522 mil euros) em
custos administrativos e operacionais, seguindo-se o investimento em
propaganda e comunicação (269 mil euros).Já
as contas da campanha do CDS-PP mostram que o partido gastou menos do
que recebeu. A receitas foram de 964 mil euros e as despesas ficaram nos
783 mil, o que levou o partido a registar um saldo positivo de 180 mil
euros.Ainda assim, o partido gastou mais
83 mil euros do que o previsto e recebeu menos 286 mil euros do que
contava em subvenção estatal.O PAN foi outra das forças políticas que conseguiu equilibrar as despesas e as receitas, nos 134 mil euros.O
partido diz que gastou menos 4 mil euros do que previu no orçamento de
campanha apresentado à mesma entidade, exatamente o mesmo valor recebeu a
menos em subvenção estatal.A maior fatia dos custos do PAN foi para custos administrativos e operacionais, cerca de 72 mil euros.Entre
os partidos que se estrearam na Assembleia da República nesta
legislatura, com a eleição de um deputado único, a única receita que o
Chega contabiliza são 3.320 euros em donativos em espécie.O
partido gastou 25 mil euros na campanha, muito longe dos 150 mil
previstos e, ao contrário dos restantes, a maior fatia (quase 18 mil
euros) destinou-se a estruturas, cartazes e telas.A
Iniciativa Liberal conseguiu manter as despesas abaixo das receitas (na
ordem dos 66 mil euros), mas gastou mais 16 mil euros do que tinha
previsto no orçamento de campanha. O Livre
– que elegeu a deputada Joacine Katar Moreira, mas perdeu a
representação quando ela passou a deputada não inscrita – gastou pouco
mais de 16 mil euros na campanha, exatamente o mesmo que arrecadou em
receitas.A maior fatia da despesa destes dois partidos destinou-se a propaganda e comunicação.Segundo
a informação disponibilizada pela Entidade das Contas e Financiamentos
Políticos, o PPM, o PNR (agora Ergue-te), o Nós, Cidadãos! e a Aliança
não entregaram o balanço da última campanha, apesar de terem entregado
os respetivos orçamentos no ano passado.