Partidos da coligação e Chega agradados com discurso do líder do PSD/Açores
28 de out. de 2024, 10:33
— Lusa/AO Online
Artur
Lima, líder do CDS-PP/Açores, destacou à agência Lusa, no final do 26.º
Congresso Regional do PSD/Açores, em Ponta Delgada, que nos discursos
de encerramento, “tenha sido enfatizado pelos presidentes do PSD/Madeira
[Miguel Albuquerque] e do PSD/Açores [José Manuel Bolieiro], a dimensão
atlântica de Portugal e que as ilhas conferem a Portugal Continental”.Acrescentou
que “a fronteira atlântica da Europa são os Açores”, o que deve ser
valorizado “no centralismo do continente e, pior do que isso, no
centralismo europeu”.O líder do CDS-PP
açoriano, que assistiu ao encerramento do congresso, disse ainda que
para o partido é “uma honra” estar numa coligação presidida por José
Manuel Bolieiro, “para a qual o CDS foi decisivo em 2020”: “Mas é um
orgulho estar com o presidente Bolieiro, num Governo [Regional] liderado
por José Manuel Bolieiro”, afirmou.Quanto
ao processo das eleições autárquicas de 2025, Artur Lima referiu que o
CDS-PP “vale por si próprio” e está disponível para dialogar com os
atuais parceiros do Governo Regional (PSD e PPM), “num quadro de
lealdade biunívoca e institucional”.“Estamos disponíveis, mas valemos por nós próprios, como valíamos para as [eleições] regionais em 2020”, assegurou Artur Lima.Por
sua vez, Paulo Estevão, líder do PPM/Açores, que também esteve
presente, referiu à Lusa que os Açores dão “uma dimensão geoestratégica
ao país” e sem essa projeção atlântica “Portugal seria um pequeno país
peninsular” e Europeu e “não seria um grande país oceânico”.Assumiu,
no entanto, que a esta dimensão é preciso dar-lhe “projeção financeira”
por parte do Estado e da Região Autónoma dos Açores.Paulo
Estêvão também aludiu à vertente espacial, lembrando que a sede da
Agência Espacial Portuguesa que vai ser inaugurada em novembro, é “muito
importante” para a região.O líder do PPM
açoriano disse ainda que gostou do discurso de José Manuel Bolieiro,
realçando os resultados alcançados nos setores da educação e ao nível da
criação de emprego.Paulo Estêvão referiu
também que é preciso eliminar a alteração que foi feita pela ‘troika’
“que impede que os Açores recebam 2.1%do IVA, que é o que corresponde à
sua população, porque nesses 2.1% é descontado a diminuição da pressão
fiscal nos Açores que é na área dos 30%”.“Ou
seja, nós retiramos essa pressão fiscal aos açorianos e esse dinheiro
fica no território continental. Não é justo, tem de terminar, e é uma
quantia muito significativa, mais de 150 milhões de euros. Esse problema
tem que ser resolvido”, disse.O também
secretário Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, salientou
que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, referenciou no seu discurso
“que essas alterações têm que ser feitas ao nível da Lei das Finanças
Regionais”, mas, na sua opinião, “é necessário que essa alteração seja
feita antes”.Pelo partido Chega, o
deputado na Assembleia da República Miguel Arruda declarou à Antena
1/Açores que recebeu “muito bem” o discurso do líder regional do PSD:
“Não temos problemas em aprovar ideias construtivas” de José Manuel
Bolieiro, assumiu.Já em relação ao
discurso de Luís Montenegro, salientou que faz “anúncios e mais
anúncios”, mas “obra concreta ainda não se viu”, alegando que “fala uma
coisa e depois apresenta propostas antagónicas”.Arruda
sugeriu que o primeiro-ministro e líder do PSD “devia ver como faz o
Governo dos Açores, onde há parceria estratégica entre Chega e PSD”.O
26.º Congresso Regional do PSD/Açores, que começou na sexta-feira em
Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, contou na sessão de encerramento
com a presença do líder nacional e primeiro-ministro Luís Montenegro.