Partido de Merkel adia congresso que deveria eleger novo líder
Covid-19
26 de out. de 2020, 15:11
— Lusa/AO Online
A
realização do congresso da União Democrata-Cristã (CDU) “não seria
permitida” num contexto de forte aumento de infeções pelo novo
coronavírus, declarou o secretário-geral do partido, Paul Ziemiak, numa
conferência de imprensa em Berlim.O
partido continua a privilegiar uma reunião física dos seus 1.001
delegados e vai voltar a avaliar a situação em meados de dezembro,
acrescentou.Se a evolução da pandemia não
melhorar, vão ser avaliadas soluções alternativas, como um congresso por
videoconferência e o voto por correspondência, e uma decisão será
tomada em meados de janeiro.Três
candidatos disputam a sucessão de Annegret Kramp-Karrenbauer, outrora
considerada a favorita de Angela Merkel, mas que anunciou em fevereiro a
intenção de se demitir da liderança citando falta de apoio do partido.Foi então marcado um congresso para 25 de abril, adiado para 04 de dezembro devido à pandemia de covid-19.Os
delegados do partido conservador deverão escolher entre Armin Laschet,
governador da região mais populosa da Alemanha, a Renânia do
Norte-Vestefália, o liberal Friedrich Merz, um rival histórico de
Merkel, e Norbert Röttegen, perito em política externa.O
vencedor deverá ser o candidato a chanceler nas eleições legislativas
previstas para setembro ou outubro de 2021, quando Angela Merkel cessa
funções depois de 16 anos como chefe de governo.A
decisão de voltar a adiar o congresso foi tomada depois de uma reunião
da direção do partido e de serem ouvidos os três candidatos à liderança.Merz,
representante da ala direita da CDU e que não exerce atualmente
qualquer cargo no partido, defendeu que a liderança devia ser decidida
já, fosse num congresso presencial ou noutro formato.Laschet,
cujo estado é o mais afetado pela pandemia, defendeu o adiamento e
Röttgen, apontado como sem hipóteses de vencer, defendeu a realização do
congresso na data prevista.Segundo a
imprensa alemã, Merz está nesta altura mais bem posicionado para vencer
do que Laschet, teoricamente o mais fiel à linha de Merkel, mas que tem
sido criticado pela gestão da pandemia na Renânia, considerada errática e
afastada da postura de prudência defendida pela chanceler.A
escolha do candidato a chanceler é concertada há décadas com o partido
irmão da CDU, a bávara União Social-Cristã (CSU), cujo líder, Markus
Söder, é apontado como potencial candidato à chancelaria.