Parlamento vota hoje prolongamento do estado de emergência até 15 de janeiro
Covid-19
6 de jan. de 2021, 12:22
— Lusa/AO Online
O
projeto de decreto enviado por Marcelo Rebelo de Sousa ao parlamento na
terça-feira, que produzirá efeito entre as 00h00 de 08 de janeiro,
sexta-feira, e as 23h59 de dia 15 de janeiro, deverá ser aprovado com os
votos favoráveis das bancadas parlamentares do PS e do PSD. Já
os grupos parlamentares do PCP e do PEV, assim como o deputado único do
Chega, André Ventura, anunciaram, na segunda-feira depois de uma
audição com o Presidente da República, que vão repetir o voto contra o
diploma, depois de uma audição com o Presidente da República sobre o
assunto. O grupo parlamentar do CDS-PP
voltou a decidir pela abstenção, enquanto o deputado único da IL, João
Cotrim de Figueiredo, anunciou que votaria contra o documento em
princípio, mas iria esperar para ver se o Presidente tem em conta alguns
pontos que considerou serem “absolutamente excessivos”.O
BE ainda não revelou o sentido de voto, assim como o PAN, apesar de o
porta-voz do partido, André Silva, ter admitido, também na
segunda-feira, que “é sensato” renovar o estado de emergência por mais
oito dias.Em comunicado, Marcelo Rebelo de
Sousa justificou o prolongamento do estado de emergência com a
“situação de calamidade pública provocada pela pandemia” e com a
impossibilidade de “realizar antes de meados de janeiro uma nova reunião
com os especialistas, com dados significativos de evolução daquela”.O
projeto do decreto refere que o Governo, liderado pelo socialista
António Costa, tem de “continuar a prever mecanismos de apoio e proteção
social, no quadro orçamental em vigor”.Esta
referência foi introduzida na norma que permite que seja “determinado
pelas autoridades públicas competentes o encerramento total ou parcial
de estabelecimentos, serviços, empresas ou meios de produção e impostas
alterações ao respetivo regime ou horário de funcionamento”, uma
possibilidade que já estava contemplada nos anteriores decretos. Para
decretar este quadro legal, que permite a suspensão do exercício de
alguns direitos, liberdades e garantias, o Presidente da República tem
de ouvir o Governo e de autorização da Assembleia da República.Esta
renovação do estado de emergência vai abranger os primeiros cinco dias
da campanha para as eleições presidenciais, que decorre entre 10 e 22 de
janeiro. As presidenciais realizam-se em
24 de janeiro e são candidatos o atual chefe de Estado, Marcelo Rebelo
de Sousa, que se recandidata ao cargo, Ana Gomes, Marisa Matias, João
Ferreira, André Ventura, Tiago Mayan Gonçalves e Vitorino Silva.