Parlamento vota hoje diploma para limitar margens na comercialização de combustíveis
17 de set. de 2021, 07:39
— Lusa/AO Online
O Governo
aprovou em julho, em Conselho de Ministros (CM) uma proposta de lei que
permitirá ao executivo limitar as margens na comercialização de
combustíveis por portaria, caso considere que estão demasiado altas "sem
justificação", segundo o ministro do Ambiente. Em
conferência de imprensa, João Pedro Matos Fernandes disse que este
diploma, que abrange também as botijas de gás, seria enviado à
Assembleia da República, salientando que a medida será "limitada no
tempo". Esta
proposta de lei tem como objetivo "dar ao Governo uma ferramenta para
que, quando comprovadamente as margens na venda de combustíveis e
botijas de gás forem inusitadamente altas e sem justificação,
este poder, por portaria, limitar essas mesmas margens", indicou o
governante. "Uma
vez aprovada [a proposta de lei], pode então o Governo, ouvindo sempre a
ERSE [Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos] e a Autoridade da
Concorrência, por portaria, sempre por períodos limitados no tempo, que
imagino um mês, dois meses, fixar administrativamente a margem máxima
para a venda dos combustíveis", adiantou então João Matos Fernandes.O
governante recordou que esta margem é "também um somatório de margens
que têm a ver com o transporte, com o armazenamento, com a distribuição
grossista, com a própria distribuição retalhista", sendo que estes
valores de referência "continuam a ser calculados dia a dia por parte da
ENSE [Entidade Nacional para o Setor Energético]"."Uma
vez aprovada esta proposta de lei passamos a dispor desta ferramenta",
destacou, garantindo que hoje não tem o "Estado qualquer possibilidade"
de intervir na limitação dos preços dos combustíveis e da botija de gás.No
plenário irão ainda ser votados três projetos de lei do PCP, para
estabelecer um regime excecional e temporário de preços máximos dos
combustíveis líquidos, um regime de preços máximos no gás e a
desoneração fiscal da eletricidade produzida por fontes de energia
renovável, bem como outras medidas para contrariar a escalada
inflacionista do preço da eletricidade.O
CDS, por sua vez, vai levar ao parlamento um projeto de lei para a
eliminação do aumento do Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP) e o
Bloco de Esquerda propõe a introdução de um regime de preços máximos de
combustíveis e medidas anti-especulativas na formação dos preços de
combustíveis.