Aguiar-Branco pede que se evite tratamento por “tu ou você”
16 de abr. de 2024, 17:39
— Lusa/AO Online
Na
súmula da última conferência de líderes, realizada a 10 de abril, dá-se conta de que “a campainha voltará a tocar no início dos
trabalhos, um minuto antes das 15h00 ou das 10h00, no Palácio e no
edifício novo, para alertar os deputados”.Esta prática tinha terminado em janeiro de 2023, só se mantendo, desde então, o toque da campainha antes do início de votações.Na
mesma reunião, o presidente da Assembleia da República, José Pedro
Aguiar-Branco, defendeu que “os mínimos do tratamento pela positiva
passavam pelas formulações ‘senhor deputado” e ‘senhor presidente’”,
devendo evitar-se o tratamento por “tu” ou “você”, “de forma a
dignificar o debate parlamentar,
dignificando a casa da democracia”.Na
mesma conferência de líderes, como foi anunciado na semana passada aos
jornalistas, decidiu-se que o parlamento passará a ter um semáforo para
disciplinar as intervenções dos deputados e membros do Governo, com a
palavra do orador a ser cortada 15 segundos depois de se ter acendido o
sinal vermelho.De acordo com o porta-voz
da conferencia de lideres, o deputado social-democrata Jorge Paulo
Oliveira, esta proposta para impedir situações de desrespeito em relação
ao tempo limite das intervenções partiu do presidente da Assembleia da
República, José Pedro Aguiar-Branco, e “dos seus vice-presidentes”.“Não
mereceu a unanimidade, mas obteve uma muito ampla maioria” entre as
forças políticas presentes na reunião de hoje da conferência de líderes
parlamentares, adiantou então.Na súmula divulgada, é revelado que Livre e Chega manifestaram objeções.A
líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, referiu que, “embora
compreendesse que se pretende evitar o prolongamento do uso da palavra
pelo orador, o processo lhe parecia muito rígido e defendeu que devia
ser gerido pela Mesa e não pré-imposto”.Já
o líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, defendeu que 15 segundos
antes de desligar o microfone “era um tempo muito curto e não
representava um bom exemplo na casa da democracia”.No
entanto, Aguiar-Branco respondeu que “a experiência demonstrava que o
que estava em causa era uma questão de autodisciplina e
responsabilidade, e frisou que as regras eram democráticas, iguais para
todos, e que qualquer orador saberá da possibilidade de o microfone se
desligar com 45 segundos de antecedência”.Este
sistema não foi ainda aplicado na semana passada, quando se debateu o
programa do Governo, nem durante o debate preparatório do Conselho
Europeu.