Parlamento inicia debate da proposta que tem aprovação garantida na generalidade
OE2026
27 de out. de 2025, 11:43
— Lusa/AO Online
O
debate começa às 15h00 (menos uma hora nos Açores), com uma intervenção do
primeiro-ministro, numa tarde em que a discussão do documento tem 249
minutos previstos, embora os partidos possam antecipar ou transferir
parte do tempo para terça-feira. A
primeira ronda de pedidos de esclarecimento, com resposta individual,
inicia-se pelo maior partido da oposição (o Chega), a que se seguem as
restantes forças políticas, por ordem decrescente, com um máximo de
cinco minutos.A discussão continua na terça-feira.Para
este dia está disponível uma nova grelha, de mais de quatro horas para
debate e 109 minutos para a fase de encerramento, com intervenções de
todos os partidos e do Governo, seguindo-se a votação.O
voto favorável das bancadas que suportam o Governo, PSD e CDS-PP, e a
anunciada abstenção do PS garantem a aprovação do documento nesta fase,
faltando ainda saber como votará o segundo maior partido parlamentar, o
Chega.No domingo, o PCP prometeu "firme
combate" à proposta de Orçamento do Estado para 2026, acusando PSD,
CDS-PP, Chega, IL e PS de se estarem "nas tintas para o país".No mesmo dia, o BE anunciou que votará voto contra a proposta e o PAN que se vai abster, "como sinal de abertura ao diálogo".Na
quinta-feira, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) levantou dúvidas
sobre a sustentabilidade e concretização do excedente de 0,1% previsto
no OE2026, alertando que este é apoiado por medidas pontuais e receitas
de caráter extraordinário.Em Bruxelas, o
primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu que o Governo que lidera
"não pode ser acusado de falta de credibilidade em matéria financeira" e
salientou que, em várias ocasiões, enfrentou "pessimismo e descrença de
entidades nacionais e internacionais", apelando a que se verifiquem os
resultados depois alcançados."Todas as
metas não só foram alcançadas como superadas (…) O crédito que temos ate
à data é muito alto e espero que o Governo não o perca", disse.A
proposta de OE2026 do Governo deixou de fora matérias mais polémicas,
como a lei laboral ou a Segurança Social, discutidas à parte no
parlamento, uma exigência do PS para viabilizar o Orçamento nesta fase.Depois
de votado na generalidade, arranca na quarta-feira a apreciação na
especialidade, na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração
Pública (COFAP), com audições de todos os ministros e também de algumas
instituições e organismos como o Tribunal de Contas, o Conselho
Económico e Social e o CFP.As audições
terminam em 07 de novembro, dia que marca também o final do prazo para
os partidos apresentarem as suas propostas de alteração ao documento.Segue-se
depois, de 20 a 26 de novembro, a discussão no plenário da parte da
manhã e as votações na COFAP à tarde, com o encerramento e a votação
final global marcados para dia 27.O
Governo prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2% neste ano e
2,3% em 2026 e pretende alcançar excedentes de 0,3% do PIB em 2025 e de
0,1% em 2026. Quanto ao rácio da dívida, estima a redução para 90,2% do
PIB em 2025 e 87,8% em 2026.