Parlamento Europeu também “encolhe” com a saída do Reino Unido
Brexit
30 de jan. de 2020, 13:42
— Lusa/AO Online
Com
base numa proposta do Parlamento Europeu (PE) de fevereiro de 2018, o
Conselho Europeu adotou, em junho do mesmo ano, uma decisão sobre a nova
composição da assembleia - supostamente para ser aplicada desde o
início da legislatura 2019-2024, mas que só passará a vigorar agora,
dados os sucessivos atrasos no processo do ‘Brexit’, que prevê que a
assembleia passe a contar com 705 deputados, contra os 715 atuais, ainda
que sejam 73 os deputados britânicos a cessarem funções.De
acordo com a fórmula decidida pela UE, dos 73 lugares deixados vagos
pelo Reino Unido, 27 serão redistribuídos à luz do princípio da
“proporcionalidade degressiva”, com 14 Estados-membros a “ganharem”
deputados – sendo França e Espanha os mais beneficiados, com mais cinco
cada – e os restantes, entre os quais Portugal, a manterem o número
atual, sendo que nenhum Estado-membro perde qualquer assento. Ficam
então vagos 46 assentos, que serão "guardados" para eventuais futuros
alargamentos.Um dos responsáveis pela
elaboração da proposta do Parlamento Europeu sobre a reconfiguração da
assembleia à luz do ‘Brexit’ foi o eurodeputado português Pedro Silva
Pereira (PS), segundo o qual a nova composição não vai provocar “uma
alteração substancial dos equilíbrios políticos no PE”. “Haverá
uma alteração que tem simbolismo político, visto que a bancada da
extrema-direita vai ultrapassar os Verdes e tornar-se-á a quarta força
política no PE, mas isso não lhe dará uma expressão acrescida, isso é
uma pequena variação em número de lugares. No essencial, os equilíbrios
políticos mantêm-se no PE e exigem aquilo de que sempre dependeu a
construção europeia, isto é, compromisso político para fazer a Europa
avançar”, comentou.A próxima sessão
plenária do Parlamento Europeu, a decorrer entre 10 e 13 de fevereiro em
Estrasburgo, será a primeira já com a nova composição da assembleia e
sem eurodeputados britânicos, depois de o PE ter aprovado na
quarta-feira o Acordo de Saída do Reino Unido, o derradeiro passo formal
que faltava para a concretização do 'Brexit' na sexta-feira, 31 de
janeiro.