Parlamento Europeu pede mais verbas para apoiar regiões a tornarem-se mais ‘verdes’
17 de set. de 2020, 10:40
— Lusa/AO Online
Em
causa está uma posição adotada na sessão plenária da assembleia
europeia com 417 votos a favor, 141 votos contra e 138 abstenções, na
qual os eurodeputados defendem um “aumento substancial” dos recursos do
FTJ no âmbito do orçamento plurianual da UE para 2021-2027, pedindo 25
mil milhões de euros, a preços de 2018 (em comparação com os 11 mil
milhões de euros propostos pela Comissão e o decréscimo para 7,5 mil
milhões de euros acordado no último Conselho Europeu). Os
grupos políticos defendem, no texto aprovado, que este montante deve
ser complementado pelos 32 mil milhões de euros, a preços correntes,
propostos no âmbito do instrumento de recuperação da UE.Para
os eurodeputados, o novo FTJ deve também incluir uma “dotação
específica” para as regiões ultraperiféricas, a distribuir por Portugal,
Espanha e França, para ajudar regiões como a Madeira e os Açores a
enfrentarem os desafios da transição ambiental e climática. Outras
das sugestões da assembleia europeia é que, no âmbito deste fundo, seja
criado um “Mecanismo de Gratificação Verde” para incentivar os
Estados-membros a reduzirem as suas emissões de gases com efeito de
estufa com mais celeridade.Este fundo está
na alçada da comissária europeia para a Coesão e Reformas, a portuguesa
Elisa Ferreira, visando mitigar o impacto social da transição para uma
economia verde. Destinado a apoiar o
desmantelamento de indústrias poluentes e a descarbonização de regiões
especialmente dependentes dos combustíveis fósseis, o FTJ tem um
montante previsto de 40 mil milhões de euros, segundo a proposta
apresentada pela Comissão Europeia em maio passado.Antes,
numa primeira proposta apresentada em janeiro passado, previa-se um
total de 7,5 mil milhões de euros para este fundo, com o executivo
comunitário a justificar este reforço significativo por a pandemia da
covid-19 ter aumentado as necessidades de auxílio às regiões mais
vulneráveis para enfrentarem os choques socioeconómicos da transição
para a neutralidade carbónica.Também no
seguimento desse reforço, passou a estar prevista a alocação a Portugal
de 465 milhões de euros do Fundo de Transição Justa, face aos 79,2
milhões inicialmente estimados.A proposta
do FTJ estará em discussão em negociações entre o Parlamento Europeu e o
Conselho da UE, onde estão representados os governos nacionais, que
terão início em breve, com exceção do respetivo envelope financeiro, que
será acordado em conversações paralelas sobre o quadro financeiro
plurianual.