Parlamento Europeu deve eleger hoje italiano Sassoli para a presidência
3 de jul. de 2019, 09:56
— Lusa/AO Online
Na terça-feira à noite,
poucas horas depois do acordo sobre a distribuição dos cargos de topo
da União Europeia decidido em Bruxelas pelos chefes de Estado e de
Governo dos 28, que atribui aos socialistas a presidência da assembleia
na primeira metade da legislatura (ou seja, dois anos e meio), o grupo
dos socialistas e democratas (S&D) decidiu ‘eleger’ Sassoli, até
agora um dos vice-presidentes da assembleia europeia.O
grupo socialista ‘ignorou’ assim a recomendação vinda desde Bruxelas,
que apontava para o nome do búlgaro Sergei Stanishev, presidente do
Partido Socialista Europeu (PSE).Apesar de
se apresentarem outros três candidatos à presidência da assembleia – a
alemã Ska Keller, pelos Verdes, a espanhola Sira Rego, do Grupo da
Esquerda Unitária, e o checo Jan Zahradil, pelos Conservadores e
Reformistas Europeus -, é praticamente certa a eleição de Sassoli, dado o
entendimento entre as três maiores famílias políticas europeias.Face
a esse entendimento, que prevê que na segunda metade do mandato seja um
membro do Partido Popular Europeu a ocupar a presidência do Parlamento
Europeu, as bancadas do PPE e do Renovar a Europa (liberais), primeira e
terceira maiores dos hemiciclos, não apresentaram candidatos à eleição
de hoje.Ao fim de uma ‘maratona’ negocial,
que se prolongou em Bruxelas ao longo de três dias, os chefes de Estado
e de Governo da União Europeia chegaram a acordo sobre as nomeações
para os cargos institucionais de topo, designando a alemã Ursula von der
Leyen para a presidência da Comissão Europeia.O
compromisso entre os 28 contempla ainda a nomeação do primeiro-ministro
belga em funções, o liberal Charles Michel, para a presidência do
Conselho Europeu, do ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, o
socialista Josep Borrell, como Alto Representante da UE para a Política
Externa e ainda da francesa Christine Lagarde para o Banco Central
Europeu.Não cabendo ao Conselho a
responsabilidade da escolha do presidente do Parlamento Europeu, ficou,
todavia, acordado o modelo seguido há muito, de repartição da
presidência da assembleia entre as duas maiores famílias políticas. Para ser
eleito, um candidato tem de obter a maioria absoluta dos votos
expressos, ou seja, pelo menos 50% mais um, sendo que os votos brancos
ou nulos não são tidos em conta para calcular a maioria necessária.